Resumo de Crítica da razão negra, de Achille Mbembe
Mergulhe na reflexão provocativa de Achille Mbembe em 'Crítica da razão negra'. Uma análise profunda sobre racismo, colonialismo e a construção da identidade.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você já ficou pensando sobre aqueles estereótipos de que "a razão é branca" e que a história foi escrita pela perspectiva dos europeus, bem-vindo ao mundo de Crítica da razão negra, de Achille Mbembe. Aqui, o autor, como um verdadeiro Sherlock Holmes da filosofia, investiga como o racismo moldou a modernidade e a forma como a civilização ocidental encara o "outro". E, sim, ele toca na ferida, mas com um toque de crítica afiada e bastante relevante.
Mbembe começa sua jornada questionando como a razão, que na teoria deveria ser universal, acaba sendo um conceito de exclusividade, quase como se a conta do boteco fosse dividida apenas entre os "VIPs" da civilização ocidental. Ele argumenta que a razão, entendida principalmente como uma construção europeia, ignora a rica diversidade de experiências das culturas africanas e afrodescendentes. O que resulta em uma narrativa em que a voz negra praticamente não aparece, tipo aquele amigo que chega na festa e, em vez de conversar, acaba servindo de adereço na decoração.
O autor aborda questões como o colonialismo, a violência e como essas experiências históricas moldaram, e ainda moldam, a condição existencial de muitos indivíduos. É como se ele estivesse dizendo: "Ei, pessoal! Vamos falar sobre isso?", e em seguida joga na nossa cara toda a miséria da estrutura racial em que estamos inseridos. Ele discute o papel do corpo na construção da identidade e a forma como ele é visto e tratado na sociedade ocidental - sim, aquele mesmo corpo que tantas vezes é criminalizado só por estar "das cores erradas".
Além disso, Mbembe apresenta a ideia de necropolítica: um conceito que, basicamente, fala sobre o controle e a gestão da morte em sociedades contemporâneas. Enquanto o modelo político tradicional se preocupa com a vida, a necropolítica, como o nome já sugere, foca em decidir quem tem o direito de viver e quem não. Spoiler: é algo que afeta enormemente populações marginalizadas, transformando a sociedade em uma espécie de "big brother" que diz quem deve ser "desconsiderado".
Uma taxa de humor é também injetada por Mbembe ao longo da obra. Ele dissipa a ideia de que a razão é uma questão puramente lógica; aliás, a razão também pode ser um pouco mais. "irreverente", digamos. Ou seja, nem tudo precisa ser levado tão a sério. Ele nos lembra que a vida é cheia de nuances.
Ao final, Crítica da razão negra não é apenas um livro sobre racismo e colonialismo; é um convite para refletir, repensar e desconstruir. Lidar com a ideia de que a razão não é tão razoável assim e que, talvez, precisamos abrir os olhos e fazer uma reavaliação do que entendemos por inteligência, cultura e civilização. Afinal, o que sabemos é que a vida não é tipo um game de cartas em que só uma cor tem prioridade.
Se você estava à procura de um texto que balança a estrutura social e a forma como vemos o mundo enquanto nos faz rir - às vezes de nervoso, às vezes de entender o absurdo - você acaba de encontrar. É bom, é necessário, e não, não vai resolver todos os seus problemas, mas faz você repensar algumas coisinhas. Voilà!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.