Resumo de O tempo dos governantes incidentais, de Sérgio Abranches
Entenda a crítica de Sérgio Abranches em 'O tempo dos governantes incidentais' e a dinâmica política marcada pela falta de liderança e planejamento.
domingo, 17 de novembro de 2024
Sérgio Abranches, em O tempo dos governantes incidentais, traz um daqueles livros que a gente lê e pensa: "Por que não pensei nisso antes?" Ele mergulha na dinâmica política contemporânea, ou seja, o que acontece quando os governantes, pouquíssimo preparados, se deparam com a responsabilidade de, bem, governar. Spoiler: não é bonito.
A obra começa contando como vivemos em um verdadeiro desfile de governantes que, na prática, só aparecem nos momentos de selfie e promessas mirabolantes. Falamos aqui de líderes que chegam ao poder mais pela carência de atenção do público do que por qualquer tipo de competência. Abranches debate a questão do "governo incidental", em que a falta de uma visão clara e consistente resulta em decisões que, digamos, são mais uma questão de sorte do que de planejamento estratégico. É o famoso "se estiver funcionando, não mexa", mas a verdade é que muitas vezes não está funcionando muito bem.
Ao longo do livro, ele analisa eventos políticos recentes, trazendo exemplos que nos fazem sentir como se estivéssemos vendo um blockbuster de ação, mas com mais reuniões tediosas e menos efeitos especiais. Abranches fala sobre a ascensão dos líderes carismáticos e como a retórica vazia pode ganhar mais destaque do que o conteúdo, levando a uma montanha-russa de decisões que os cidadãos nem sempre podem acompanhar. É como se estivéssemos todos participando de um reality show, com câmeras e tudo, mas sem mais o que os governantes realmente pensam.
Ainda dentro deste cenário, o autor discute a relação entre crises e a tentativa dos líderes de se posicionarem como salvadores da pátria, mesmo que suas ações pareçam mais focadas em preservar seus próprios interesses. Aqui, Abranches toca num ponto crucial: a ideia de que, em tempos de crise, a população acaba aceitando soluções simplórias que, no fundo, só levam a mais caos. O que quer que seja, o famoso "jeitinho brasileiro" se torna uma valência, mas não da melhor maneira.
O autor também ilustra como a política é profundamente influenciada pelas redes sociais, um verdadeiro "big brother" que, além de nos deixar vigiados a cada like e compartilhamento, molda a percepção pública de maneira rápida e muitas vezes irresponsável. Cada postagem se torna um manifesto, cada tweet uma política pública - ou mais um capítulo da novela das 9.
E se você acha que já viu de tudo, Abranches garante que a história está apenas começando. Ele sugere que, ao invés de esperar por líderes que sempre têm tudo sob controle (que humor!), talvez devêssemos procurar alternativas mais viáveis e coletivas, como a participação ativa e a colaboração da sociedade civil. Isso mesmo, nada de esperar pelo príncipe encantado ou a solução mágica. Em vez disso, precisamos das idéias fora da caixa, ou melhor, fora da sala de reuniões, e que tal se elas viessem do povo mesmo?
O tempo dos governantes incidentais é, portanto, um convite ao leitor para refletir sobre a política contemporânea - suas falhas, desafios e, acima de tudo, a necessidade urgente de novas narrativas. Lembre-se: a comédia pode ser trágica, mas o que vem por aí pode ser ainda mais divertido... ou não! Estamos todos no mesmo barco - com ou sem comandante!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.