Resumo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Vários Autores
Mergulhe na crítica hilariante e profunda de Brás Cubas em 'Memórias Póstumas'. Uma reflexão sobre a vida e a morte cheia de ironias e personagens excêntricos.
domingo, 17 de novembro de 2024
Ah, Memórias Póstumas de Brás Cubas! O clássico de Machado de Assis que é como aquele amigo que sempre aparece em festas, mas que você às vezes não sabe se ama ou odeia, porque ele fala coisas super profundas enquanto também te faz rir muito. A obra, que poderia ser subtitulada "Como ser fantasma e ainda reclamar da vida", traz o protagonista Brás Cubas, que nos apresenta sua biografia... depois de já ter morrido! Sim, meu amigo, a festa realmente começa do lado de lá.
Logo no início, Brás nos avisa que ele é um defunto-ultra-consciente. Ele não faz a mínima questão de ser um Espírito Santo, e sim um espírito bem crítico. Para ele, a morte é apenas mais uma etapa da vida - e, convenhamos, ele podia ter combinado essa com a realidade e ficado quietinho no caixão, mas não! Ele decide que o melhor mesmo é sair por aí fazendo uma viagem nostálgica por sua existência, ou melhor, pela sua não-existência.
Brás Cubas se acha superior a todo mundo (tipo a própria literatura, afinal, quem mais já escreveu a própria biografia de oito vidas depois de morrer?). Ele desmistifica (aí surge outro jargão literário) as normas sociais do século XIX, como o casamento, o amor e a busca pelo sucesso. Ele critica a hipocrisia da sociedade carioca da época e, para isso, não economiza nas ironias e sarcasmos. Quase se pode sentir o cheiro do absinto enquanto ele descreve as figuras e as superficialidades do convívio humano.
Spoilers à parte, um dos momentos mais emblemáticos é a sua história com a famosa e impossível Virgília, uma moça que faz o coração do nosso zumbi acelerar. Apesar de Brás querer muito, a vida - e a morte - sempre dá um jeitinho de colocar palha em toda a engrenagem romântica. No final das contas, as frustrações amorosas do defunto não são diferentes das de muitos vivos, porque a vida é, em última análise, um grande teatro onde o único ingresso que se consegue é o da frustração.
Brás também traz uma galeria de personagens excêntricos, como o triste Quincas o "estudante de medicina", e Dona Ema, essa figura materna que faz qualquer leitor rir e chorar de tão caricatural. Além de criticar a sociedade, Brás fala dos sentimentos humanos com uma sinceridade nua e crua que deve ser encarada com um sorriso - e talvez um pouco de desespero.
No que diz respeito ao estilo, a narrativa é cheia de digressões e quebras de expectativa, uma verdadeira chuva de ideias e reflexões. É como se Machado de Assis estivesse escrevendo em uma balada, alternando entre o animado e o profundamente introspectivo, onde a leitura não é sobre o que aconteceu, mas o que poderia ter acontecido se a própria vida tivesse dado mais chances a Brás Cubas.
E é assim que a obra caminha, entre ironias, polêmicas, amores não correspondidos e críticas sociais, até o fim (ou começo) em que Brás aceita, com um suspiro, o eterno ciclo da vida e da morte.
Então, se você é do tipo que adora um bom bate-papo metafísico e que não tem medo de dar boas risadas com as mazelas humanas, Memórias Póstumas de Brás Cubas é há muito tempo uma leitura obrigatória na sua lista. E lembre-se: mesmo mortos, os fantasmas estão sempre prontos para uma crítica social!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.