Resumo de Memorial de Aires, de Machado de Assis

Mergulhe nas reflexões de Aires em 'Memorial de Aires'. Uma leitura que provoca risos e questionamentos sobre amor, vida e tempo.

Ah, Memorial de Aires! Uma obra que parece um diário com um toque de nostalgia e aquele charme todo especial do nosso querido Machado de Assis. Aqui, temos um personagem que às vezes parece mais um detetive da alma humana do que um mero narrador. Aires, o protagonista, é um homem na faixa dos 60 anos que tem mais histórias do que a internet tem memes. E como todo bom contador de histórias, ele não se segura em fazer uma reflexão poética sobre a vida e suas trapalhadas.

A trama se desenrola em uma espécie de cidade que poderia ser qualquer uma do Brasil do século XIX, mas que certamente tem um quê de Rio de Janeiro. Aires é um diplomata, e o livro começa com seus devaneios e reflexões enquanto ele se despede de sua carreira. Pensa nas relações passadas, nos amores, nas desilusões, e, claro, nos vários personagens que cruzaram seu caminho como se fossem caricaturas de um carnaval.

Nosso amigo também balança entre algumas mulheres que deveriam ter nomes de deusas, mas que na verdade têm mais tempero que uma feijoada. Clara, uma jovem que desponta no cenário e desperta certa paixão em Aires, é a musa que faz o coração dele pulsar como um tambor de escola de samba. Mas, ah, a vida é cheia de reviravoltas, e não faltam discussões sobre amor não correspondido e o velho dilema da diferença de idades.

O que torna a obra ainda mais deliciosa é a forma como Aires observa os demais personagens ao seu redor. São figuras que, como uma pintura impressionista, aparecem em cores vivas e com traços únicos. Entre os amigos e conhecidos, temos a promissora juventude cheia de pretensões e os mais velhos que, com uma dose de sarcasmo digna do mestre, parecem sempre ter a solução para os problemas de todos - exceto, claro, para os seus próprios.

Entre conversas que tecem o pano de fundo da sociedade da época e os draminhas individuais, Aires se transforma em um observador imparcial (ou nem tanto) das complexidades da vida social. No fundo, ele vai refletindo sobre a passagem do tempo e as transformações que acontecem ao nosso redor.

E, como não poderia faltar, o livro é salpicado de filosofia, porque Machado não escreveria um "memoir" sem dar uma pitadinha de sabedoria. Sim, meus amigos, Memorial de Aires é aquele tipo de livro que nos faz pensar na vida e no amor, enquanto rimos um pouco das confusões que nos cercam.

Agora, se você está esperando um final bombástico, sinto informar que o clímax não é exatamente como em um filme de ação. É mais uma conclusão reflexiva, algo que deixa uma marca na alma, como um verso de poesia lido em voz alta numa noite chuvosa. Então, se você estava achando que ia sair com uma resposta para todos os seus dilemas existenciais, talvez não seja bem assim. O que temos aqui é uma série de questionamentos e uma boa pitada de ironia.

Portanto, Memorial de Aires é uma jornada através da mente e do coração de um homem, onde as interações humanas são a verdadeira trama. Ao final, o que fica é a sensação de que a vida, com todas as suas complicações, é uma bela confusão que vale a pena ser vivida e, claro, muito bem observada.

Ana Bia

Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.