Resumo de Os papéis de Picasso, de Rosalind E Krauss
Mergulhe na genialidade de Picasso através de 'Os Papéis de Picasso' de Rosalind E Krauss, e descubra a arte que transcende o simples desenho.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você acha que sabe tudo sobre Picasso porque decorou algumas obras e se viu em um museu uma vez ou outra, prepare-se para um mergulho no mundo das ideias, dos pedaços de papel e da genialidade artística. Os Papéis de Picasso traz, sob a pena afiada de Rosalind E Krauss, uma análise de como Pablo Picasso não apenas produziu obras de arte, mas também criou uma narrativa visual tão rica que poderia até deixar um roteirista de Hollywood morrendo de inveja.
A obra começa desmistificando a relação de Picasso com os "papéis" - aqueles que não são apenas pedacinhos de papel qualquer, mas sim suportes de sua criatividade. É como se Picasso tivesse um caso amoroso com o papel: ele rabisca, recorta e transforma, como namorado inventivo em um relacionamento cheio de altos e baixos. Aqui, cada dobra e corte do papel é como um grito e um sussurro ao mesmo tempo. Afinal, quem nunca se apaixonou por um post-it decorado? A diferença é que, no caso dele, isso se tornou arte!
Dividindo sua análise entre as várias fases de Picasso, Krauss nos leva a entender como o artista transcendeu o simples ato de desenhar. No Cubismo, por exemplo, cada ângulo e fragmento eram uma explosão de criatividade que poderia muito bem competir com a confusão de uma festa de ano novo em Copacabana. O papel, então, se torna uma extensão de seu corpo, um meio de experimentar e expressar o novo. Ou seja, se você achava que escolher o papel de parede da sua casa era complicado, aqui Picasso faz isso com toda uma revolução artística.
E, se você pensava que a genialidade de Picasso era toda flores e arco-íris, Rosalind traz à tona o lado sombrio de sua criação. A luta interna, os desafios e a busca incessante por inovação. Picassos e picassos de diferentes papéis: o artista, o amante, o mentor e até mesmo o homem inseguro que esconde suas fraquezas por trás de uma risada ou uma pintura. É como se Picasso estivesse sempre tentando se livrar dos rótulos do "gênio", enquanto brinca com a ideia de que a arte pode tudo, até mesmo confundi-lo.
Subindo os degraus do conhecimento, a autora também discute como a modernidade influenciou Picasso e como as tensões sociais e políticas da época moldaram sua obra. Então, se você imaginava que a arte era apenas uma forma de escapar do mundano, aqui você descobre que, muitas vezes, é um grito surdo contra ele. O papel se transforma em um campo de batalha de ideais e reflexões.
Agora, um aviso importante: se você é do tipo que não gosta de spoilers, é melhor parar por aqui, porque ao final do livro, Krauss nos leva a uma conclusão poderosa e reveladora sobre a real natureza do trabalho de Picasso. É uma conclusão que faz você olhar para os rabiscos na sua própria caderneta com uma nova perspectiva. Afinal, se o papel é capaz de suportar tudo isso, quem somos nós para subestimar sua capacidade?
Em suma, Os Papéis de Picasso é uma jornada fascinante que nos mostra que, às vezes, o que conta não é apenas o que está em uma tela, mas tudo o que acontece atrás dela. E que, no fundo, todos temos um artista travado dentro de nós, só esperando pela melhor maneira de se expressar - um pedaço de papel de cada vez!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.