Resumo de Concerto Barroco, de Alejo Carpentier
Mergulhe em 'Concerto Barroco' de Alejo Carpentier, onde música, política e identidade se entrelaçam numa narrativa rica e reflexiva sobre o Brasil do século XVIII.
domingo, 17 de novembro de 2024
Prepare-se para uma jornada digna de um verdadeiro concerto, onde a música, a política e a filosofia se entrelaçam como um delicioso enredo barroco. Em Concerto Barroco, Alejo Carpentier nos leva de volta ao século XVIII, mais precisamente a uma pura festança na cidade do Rio de Janeiro, que era um verdadeiro caldeirão cultural e social, com mais confusão que festa de aniversário sem controle de convidados.
A trama gira em torno de um compositor bem romantiqueiro chamado Sebastián, que deixa sua terra natal e embarca para o Brasil a fim de apresentar sua obra-prima: um concerto que promete fazer os anjos chorar (ou pelo menos fazer os convidados dançarem, a depender do nível do vinho). Mas neste período cheio de requintes, como só Carpentier sabe descrever, a música não é o único protagonista; a sociedade brasileira começa a buscar uma identidade própria, a gente meio perdida da colônia, e a história é pontuada por grandes reviravoltas e estratégias políticas.
Um dos grandes "spoilers" da obra é sem dúvida a forma como o autor entrelaça a música com a situação sociopolítica. Carpentier, sempre com seu estilo barroco e poético, põe à prova a importância da arte em momentos de transformação. A história até sugere que se você quiser mudar o mundo, primeiro precisará de uma boa sinfonia e de um punhado de intrigas políticas - tudo com um toque de samba.
Os personagens são bem carismáticos e cheios de nuances. Temos a figura do próprio Sebastián, que não é só um compositor, mas um reflexo das tensões sociais da época. O autor, sempre afeito a descrever cada detalhe, nos faz sentir o cheiro da madeira dos instrumentos e a poluição do ar viciado da sociedade colonial. Ah, e não podemos esquecer das disputas entre os colonos e a coroa portuguesa - uma verdadeira batalha de ego e cultural, com muita música ao fundo.
E se você está achando que isso é só um passeio pela música clássica, engana-se! Carpentier eleva a narrativa à vitalidade dos opostos: o velho e o novo, a arte e a política, o colonial e o independente. Ele nos faz refletir sobre a luta pela identidade, enquanto os personagens dançam em um salão repleto de opulência, ilusões e tragédias. Alô, Brasil! O que você quer ser?
Ao longo da obra, somos conduzidos pelas contradições e pela exuberância do barroco. São descrições que quase deixam o leitor tonto, como numa roda de samba onde você não sabe se dança ou se aprecia os talentos. O clima festivo é inevitável, mas também é um convite à reflexão; uma dança de contraditórios que nos faz questionar até onde vai a liberdade e qual o preço dela.
Em suma, Concerto Barroco é um convite a uma reflexão sobre a história não só do Brasil, mas da música e da arte em geral. Um prato cheio para quem gosta de um bom enredo recheado de intrigas, com pitadas de humor e uma musicalidade que flutua em meio a tensões dramáticas e sociais. Parafraseando um pouco nosso querido Carpentier: a vida é um concerto e, como ele mesmo afirmou, "onde há música, as palavras são desnecessárias" - então, deixa eu pegar minha flauta e ir à luta!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.