Resumo de (Re)criação do campesinato, identidade e distinção: A luta pela terra e o habitus de classe, de Rosemeire Aparecida de Almeida
Entenda a luta pela terra e a identidade do campesinato em uma análise provocativa de Rosemeire Almeida, que desmistifica a vida rural moderna.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você sempre sonhou em entender a complexa relação entre campesinato, identidade e, é claro, a eterna disputa pela terra em nosso Brasilzão, seu desejo foi atendido! Neste livro, (Re)criação do campesinato, identidade e distinção, a autora Rosemeire Aparecida de Almeida se debruça sobre esse tema com uma riqueza de detalhes que poderia expulsar um dicionário da sala.
Almeida inicia a obra desmistificando a ideia de que o campesinato é uma relíquia do passado, uma espécie de museu a céu aberto. Ao contrário, ela argumenta que a identidade e a cultura dos camponeses estão em constante (re)criação, moldadas não só por suas tradições, mas também pela luta pela terra e pela sobrevivência em um mundo cada vez mais urbano e capitalista. Ou seja, os camponeses não estão apenas plantando batata, eles estão batalhando por um espaço no mundo moderno e tentando não se perder no meio do fertilizante.
A luta pela terra é um dos grandes focos da obra. Almeida nos apresenta como essa batalha vai além do simples desejo de possuir um pedaço de chão. Ela envolve questões de identidade, classe e a noção de habitus, que é aquele conjunto de hábitos e disposições que moldam a forma como os indivíduos percebem o mundo e se relacionam com ele. Pense nisso como as manias e os jeitinhos que você adquiriu ao longo da vida, só que em uma escala de classe social. É quase como ser "bicho-grilo" na cidade e "roça" no campo, mas com um enredo bem mais profundo.
Ao longo do livro, a autora utiliza diversos estudos de caso, que trazem à tona os desafios enfrentados pelos trabalhadores rurais na sua luta pela terra. E não, não é só sobre arar a terra e esperar que as cenouras cresçam. Aqui é um verdadeiro "Big Brother Camponês", onde cada disputa por terra e cada movimento social se transforma em uma narrativa épica de resistência e estratégia.
Almeida oferece uma análise crítica das políticas agrárias e das dinâmicas econômicas que afetam a vida dos camponeses e suas comunidades. Ela nos mostra que, muitas vezes, as decisões tomadas nas salas do poder em Brasília são tão distantes da realidade do campo que parece que estamos falando de universos paralelos. O descompasso é tão grande que dá até para imaginar o tipo de impulsos que levariam um agricultor a se tornar um advogado - e não, não é porque ele quer defender a terra, mas sim porque muitas vezes é a única forma de conseguir justiça.
Ao final, não espere um desfecho dramático como nos romances, mas uma reflexão profunda sobre a identidade do campesinato e como ela continua a se (re)criar em meio a tantas adversidades.
Se você deseja entender os embaraçosos dramas do campesinato de um jeito mais divertido e leve, lembre-se: esse livro é recheado de teorias sociológicas e provocações inteligentes que podem fazer você pensar duas vezes antes de desprezar a luta dos camponeses. Afinal, cada colheita é uma vitória, e a luta pela terra é, no fundo, um eterno (re)começo!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.