Resumo de O animal agonizante, de Philip Roth
Mergulhe na análise cômica e profunda de 'O animal agonizante' de Philip Roth, onde a crise da meia-idade se torna um verdadeiro circo existencial.
domingo, 17 de novembro de 2024
Ah, O animal agonizante! Uma obra onde a crise da meia-idade se transforma em um verdadeiro circo. O protagonista, David Kepesh, um professor de literatura e crítico de arte, que está, como muitos de nós, se perguntando se a vida é mesmo só isso: trabalho, tédio e mais trabalho. Essa poderia ser a sinopse do nosso cotidiano, mas aqui temos um toque de Roth, ou seja, a coisa fica bem mais interessante.
A história começa com David se sentindo, digamos, numa fase bem existencial. Ele já passou dos cinquenta, tem uma vida recheada de inseguranças e, para apimentar tudo, ele se depara com uma série de questões sobre o corpo, a sexualidade e o que é realmente ser humano. Tudo isso em meio a um diálogo interno que muitas vezes é mais agudo que muito crítico por aí. Vamos dizer que ele é o tipo de pessoa que leva os próprios problemas a sério demais, quase como se eles fossem obras-primas da literatura moderna.
Spoiler alert: a crise de David não fica só no âmbito existencial. Ele se envolve com uma jovem chamada Dina, que, convenhamos, não só provoca seu desejo sexual, mas também questiona sua própria masculinidade. E quem não gostaria de ter um jovem amor e ainda se preocupar em não ser um "animal agonizante"? Ah, Roth, sempre habituado em nos deixar desconfortáveis!
E não pense que a coisa para por aí. David também reflete sobre sua relação com a mãe. A figura materna é sempre um tema recorrente - e não à toa, pois quem não acha que sua mãe é, de fato, a grande protagonista das críticas que fazemos sobre nós mesmos? A mãe de David aparece mais como um espectro do que alguém de carne e osso, pesando sobre ele como uma sombra, mesmo quando não está presente. Uma verdadeira "ressaca moral", se você me pergunta.
A obra é marcada por um estilo irônico e um tanto sarcástico, o que leva o leitor a rir (ou chorar, dependendo do seu estado emocional) enquanto David navega por suas crises. Não dá para não dar risada de suas reflexões sobre o envelhecer, a presença da morte e como isso acaba insistindo em colocar um pé na nossa porta, como aquele vizinho chato que adora fazer uma visita inesperada.
Os personagens secundários também são bem elaborados e ajudam a compor um painel que revela as fragilidades humanas. Temos, por exemplo, os amigos de David, que parecem não ajudar muito: a cada encontro, em vez de levantar a moral, eles parecem só ecoar suas inseguranças.
No final das contas, O animal agonizante é uma análise profunda e, por que não, bem cômica do ser humano diante de sua própria finitude. Roth, com seu talento indiscutível, transforma a tragédia da vida em algo quase leve, embora não menos reflexivo. Afinal, viver é um verdadeiro ato de resistência, e esse "animal" que agoniza é, na verdade, uma representação da luta que todos enfrentamos. E assim, essa bela comédia da vida continua...
Então, na próxima vez em que você se pegar refletindo sobre a existência enquanto toma seu café amargo e frio, lembre-se de David Kepesh e seu "animal agonizante". Afinal, todos nós temos um pouquinho dele em nós - e isso é o que nos torna, ao mesmo tempo, tão humanos e tão hilários.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.