Resumo de As cidades invisíveis, de Italo Calvino
Mergulhe nas reflexões provocativas de 'As Cidades Invisíveis' de Italo Calvino. Uma jornada pela essência humana e pela arquitetura da vida.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você acha que entender cidades invisíveis é só uma questão de café com fumaça ou uma viagem de LSD, bem, você pode estar parcialmente certo! As cidades invisíveis, de Italo Calvino, é um livro que vai muito além do que apenas arquitetura e geografia. Aqui, o que temos é uma conversinha entre Marco Polo e Kublai Khan, onde o primeiro narra as cidades que ele visitou, mas na verdade, isso é apenas uma desculpa para discutir a natureza da própria cidade, da vida e da percepção.
O livro nos traz, em forma de um verdadeiro banquete verbal, cinquenta cidades (ou quase, você perde a conta no meio de tanta beleza) divididas em categorias, de uma maneira que parece mais um TCC de um estudante de arquitetura que abriu mão do sono e da vida social do que um mero texto de ficção. Cada cidade é uma pintura verbal, uma metáfora da experiência humana, que você lê enquanto tenta imaginar se Kublai Khan realmente acreditou em tudo que Marco Polo falava ou se ele estava apenas fazendo um esforço para manter a própria sanidade.
Vamos lá, o que temos nas cidades invisíveis? Dentro dessas narrativas, Calvino transforma lugares específicos em reflexões sobre o desejo, a memória, a cultura e a própria realidade. Uma delas, por exemplo, é Zaira, que é uma cidade que se forma a partir das memórias que seus habitantes têm dela. Ou seja, é como quando você tenta lembrar como era a sua escola primária: tudo se mistura, o que era azul agora é vermelho e você jura que tinha um amigo que se chamava Zé, mas na verdade, ele era um cachorro.
Calvino também usa cidades como Octavia, que é uma cidade de aranhas, onde a construção é feita em teias. Isso, claro, te dá uma ideia bem clara de que o autor tinha um desprezo sincero por tudo que pode ser pegajoso. A presença do absurdo aqui é similar a você tentar encontrar um banheiro limpo em uma rodoviária à meia-noite!
Por outro lado, temos as cidades que parecem mais com o que não seríamos e nos fazem pensar sobre o que realmente queremos. E, a cada cidade, o autor nos faz refletir sobre coisas que, no dia a dia, a gente nem para para analisar. O que é uma cidade senão um aglomerado de pessoas que se ignoram ao mesmo tempo em que se ajudam? O livro é, portanto, um convite para a introspecção e a autoanálise sob a forma de uma jornada por lugares que, bem. talvez só existam na nossa cabeça.
E, meus amigos, spoiler alert: não existe uma resolução clara. O livro é um labirinto em que você pode entrar, mas não consegue sair facilmente. Ao final, toda aquela conversa entre Marco e Kublai serve para deixar um gostinho de quero mais, como se você tivesse provado um prato exótico mas não tivesse certeza se gostou ou se foi só sua imaginação.
Então, se você se sente perdido em suas próprias reflexões sobre o que é viver em sociedade e como isso se traduz na arquitetura das nossas cidades, As cidades invisíveis é um convite a explorar não apenas lugares, mas a própria essência do ser humano. E quem sabe na próxima vez que você passar por um lugar cheio de gente, você comece a pensar que, assim como em Calvino, cada pessoa ali é uma cidade invisível, cheia de histórias para contar.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.