Resumo de Fumo de Negro: a Criminalização da Maconha no Pós-Abolição, de Luísa Saad
Explore a análise crítica de Luísa Saad em 'Fumo de Negro', que revela como a criminalização da maconha reflete questões sociais e raciais no Brasil.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você pensa que o que faz o Brasil parecer um grande caldeirão de debates é só o futebol, sinto informar que tem mais uma "jogada" de mestre nesse nosso maravilhoso campo social: a criminalização da maconha. Escrito por Luísa Saad, o livro "Fumo de Negro: a Criminalização da Maconha no Pós-Abolição" não é só um desfile de informações, mas uma análise profundamente crítica do como a erva se tornou um dos grandes vilões da sociedade após a abolição da escravatura.
Vamos lá, então, que aqui a gente não faz feio. A autora nos apresenta uma verdadeira viagem no tempo, começando lá no século XIX, quando a maconha era só uma plantinha desprezada - algo como um "desconhecido" do Tinder. Mas, com o passar dos anos, o cenário vai mudando. Com a abolicação da escravidão em 1888, a maconha começa a ser associada a esses "novos" grupos sociais que, segundo os moralistas da época, eram dignos de um bom juízo - não, não eram! Assim, a participativa erva passou a ser demonizada, como se fosse a causa de todos os males da sociedade. Um verdadeiro " Fume de Negro", se é que me entende.
O livro de Saad faz um excelente trabalho ao relacionar a criminalização da maconha com questões raciais e sociais, mostrando que era muito mais sobre controle social do que qualquer preocupação com a saúde pública. Sim, lá vem a tão famosa hipocrisia social! O que seria dessa história sem um pouco de preconceito? A partir de documentos, arquivos e diversos registros históricos, a autora vai tecer um panorama de como o Estado, no intuito de manter "ordem", foi capaz de transformar a maconha em um símbolo do que não se deve: ou seja, a liberdade.
E é nesse contexto que a maconha passa de um simples "fumo" a uma bandeira da criminalização. A própria corrida ao "ferrolho" verde é analisada, destacando como a política e os preconceitos da época ajudaram a formar um estigma que perdura até hoje. O que fica claro é que o fumo, que antes poderia ser visto como algo inofensivo, se transforma em uma ferramenta de opressão.
Se você está esperando por um desfecho inovador, não espere um final tão alucinado quanto os efeitos da maconha. A autora traz à tona os desafios que ainda vivemos, refletindo sobre como a atual criminalização carrega esse peso histórico. Infelizmente, a nossa querida planta continua vilã nas narrativas, enquanto que a saúde pública e os direitos humanos são deixados de lado.
Vale ressaltar que "Fumo de Negro" não é só sobre a maconha, mas também sobre o que se há por trás das políticas públicas, da visão do que é certo ou errado e como a sociedade ainda se vê refletindo antigas sombras. Se você quer entender a complexa teia que envolve a relação da maconha com a sociedade brasileira, a leitura deste livro pode abrir a sua mente e deixar você pensando: "Por que a gente ainda não aprendeu?" E se você achou que esse tema era apenas um "brisa", se prepare, porque Luísa Saad faz um trabalho de desconstrução que vai fazer você querer saber mais sobre tudo isso.
Então, se você não tem medo de um pouquinho de "fumo" na sua vida literária, fica a dica: dar uma olhada em como a história e a sociedade se entrelaçam na questão da maconha é, sem dúvida, um bom uso do seu tempo (e da sua mente).
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.