Resumo de Petrogrado, Xangai: As duas revoluções do século XX, de Alain Badiou
Embarque em uma análise provocativa das revoluções de 1917 e da Revolução Cultural Chinesa com Alain Badiou. Entenda seus legados e reflexões.
domingo, 17 de novembro de 2024
Ah, Petrogrado, Xangai: As duas revoluções do século XX, uma verdadeira viagem pelo tempo e pelo (des)encontro de revoluções que não foram apenas um grito por liberdade, mas também uma confusão de ideias. O filósofo francês Alain Badiou se propõe a comparar a Revolução Russa de 1917 e a Revolução Cultural Chinesa que se seguiu, e nos apresenta um cardápio recheado de análise política e filosófica, como se fosse um banquete de ideias, onde alguns pratos são bem mais indigestos que outros.
Começamos por 1917, quando Petrogrado (hoje conhecida como São Petersburgo, mas vamos deixar essa confusão de nomes pra lá) se tornaria o berço da Revolução Russa. Os bolcheviques, liderados pelo famosíssimo Lenin, entraram em cena como quem chega na balada depois da meia-noite: já com a festa pegando fogo e prontos para causar. Badiou nos fornece uma lupa para observar os fundamentos dessa revolução, que nasceu de uma sociedade em colapso. O povo estava tão cansado da guerra e da miséria que qualquer coisa parecia melhor que a situação atual. E sim, a proposta de colocar os trabalhadores no comando parecia uma boa ideia, até se perceber que, às vezes, isso pode acabar em algo tão caótico quanto uma festa de fim de ano com a família.
Em contrapartida, temos Xangai e a Revolução Cultural, onde o Maoísmo se impôs com ímpeto digno de um blockbuster. Aqui, o autor nos entrega um espetáculo de radicalismos e fervores, onde a busca por uma sociedade sem classes se transforma em algo bem mais "divertido", como a perseguição a intelectuais e a destruição de bens culturais. É um verdadeiro campo de batalha entre o novo e o velho, com um toque de surrealismo: quem diria que a reforma agrária incluiria queimar livros? Badiou observa as contradições de ambos os movimentos, gastando algumas páginas para nos fazer crer que, às vezes, as revoluções podem mais confundir do que esclarecer.
Badiou, com seu jeito de filósofo, nos leva a questionar se as revoluções realmente trouxeram progresso ou apenas mudaram os rostos na vitrine do poder. O autor aponta que, enquanto Petrogrado buscava a emancipação, Xangai mergulhava em um mar de excessos, levando à reflexão de que a verdade parece sempre escapar entre os dedos como um peixe espinhento.
E aí chegamos à parte em que Badiou brilha! Ele nos força a encarar a realidade das ideologias que, mesmo em seus melhores momentos, não são imunes às falhas humanas e às interpretações tortuosas. Ou seja, a dúvida sobre o legado dessas revoluções persiste e ele não hesita em nos mostrar que acreditar em um mundo ideal pode nos levar ao abismo, com direito a uma queda livre de ideias.
E, bem, sem querer dar spoilers (pelo menos dessa vez), podemos concluir que a obra de Badiou não é apenas um relato das revoluções em si, mas um convite à reflexão sobre o que elas realmente significam em nossas vidas e no conceito de sociedade. No final das contas, Petrogrado, Xangai é uma leitura densa, que nos mostra que revolução pode ser sinônimo de esperança, mas também pode descambar para a mais completa tragédia, deixando a gente com aquele gosto amargo de "poderia ter sido diferente".
Portanto, se você está em busca de entender os meandros das revoluções do século XX com uma pitada de ironia e uma boa dose de crítica filosófica, Alain Badiou é o seu guia nesta viagem tumultuada. Prepare-se para ver que, no fundo, as revoluções são como as novelas: cheias de reviravoltas e, se bobear, muito drama!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.