Resumo de Memórias do subsolo, de Fiódor Dostoiévski

Resumo de Memórias do subsolo, de Fiódor Dostoiévski

Descubra o resumo de Memórias do Subsolo, de Dostoiévski, e explore as profundezas da solidão e do existencialismo do anti-herói.

domingo, 10 de novembro de 2024

Memórias do subsolo, de Fiódor Dostoiévski

Se você já teve uma epifania de que todo mundo está sozinho nesse mundo e se sentiu mal por isso, provavelmente você vai se identificar com o protagonista de Memórias do subsolo, o famoso "homem do subsolo", que é um exemplo clássico de como ser um anti-herói pode ser um hobby, ou melhor, um estilo de vida. Este livro é uma mistura sutil (ou não tão sutil assim) de filosofia, desabafos e uma dose generosa de ressentimento, envolvendo uma narrativa que nos leva a uma viagem introspectiva ao lado de um rabugento mais introspectivo do que o normal.

O Homem do Subsolo, que não tem nome, se apresenta logo de cara como alguém que odeia tudo e todos. Ele é um ex-funcionário público que vive em um subterrâneo metafórico e literal, um verdadeiro ermitão moderno. A história se divide em duas partes: na primeira, ele faz um monólogo cheio de reflexões sobre a vida, a sociedade e a sua capacidade única de se sentir um fracassado em um palco onde todos são estrelas. Ele explica como a civilização é um fardo e que as pessoas deveriam, na verdade, se comportar como os animais, seguindo seus instintos mais primordiais.

A segunda parte do livro narra uma de suas aventuras sociais - se é que podemos chamar isso assim - onde ele se encontra em um conflito moral e existencial após conhecer uma jovem chamada Liza, que representa um pouco de esperança e humanidade em seu mundo escuro. Mas, como é de se esperar de um personagem que vive reclamando de tudo, ele não consegue aproveitar muito bem essa chance. Durante um encontro desastroso, ele se mostra tão inseguro e autodestrutivo que Liza acaba saindo de sua vida como se estivesse fugindo de um incêndio. Spoiler: o cara não consegue ser feliz, nem mesmo quando tem uma chance.

O que é mais curioso é que, no fundo, Memórias do subsolo é um grande diálogo consigo mesmo, onde Dostoiévski volta a nos mostrar sua visão comumente sombria sobre a condição humana. O "homem do subsolo" questiona a ideia de livre arbítrio, afirma que o homem é um ser fundamentalmente irracional e faz uma crítica mordaz à sociedade que tenta moldá-lo, mesmo que ele mesmo não tenha certeza do que deseja.

Dostoiévski não faz questão de se segurar. Ele nos joga na lama emocional e nos empurra para refletir sobre por que a vida, em sua essência, é tão complicada. Se você procura uma leitura leve e blissful, Memórias do subsolo não é a escolha ideal - a não ser que você tenha um fetiche por pensadores melancólicos e por diálogos agonizantes. O que se vê aqui é um mergulho profundo na desconexão e na solidão que muitas vezes usurpamos, servindo de um lembrete de que cada um de nós pode acabar como um "habitante do subsolo", se não cuidarmos bem de nosso estado emocional.

No fim das contas, se você encontrar algum significado nesta obra, que seja o seguinte: às vezes, a vida é cheia de dramas, amores impossíveis e uma pitada de auto-sabotagem. E isso, meus amigos, pode render boas histórias, mesmo que elas venham do fundo de um subsolo desolador.

Ana Bia

Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.