Resumo de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
Mergulhe na hilária e provocativa reflexão de Brás Cubas sobre a vida e a morte em Memórias Póstumas. Uma sátira imperdível do cotidiano.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se já pensou em ter uma perspectiva única da vida após a morte, Memórias Póstumas de Brás Cubas é o livro que você estava procurando (ou não, mas a gente finge que sim). Escrito por ninguém menos que o mestre do realismo brasileiro, Machado de Assis, esta obra é um verdadeiro clássico onde o protagonista, Brás Cubas, decide contar a sua história direto do além-túmulo. É como um blog, só que com mais estilo e menos likes.
Brás Cubas, um sujeito que não se destaca muito durante a vida (quase um "não sou ninguém"), comenta sua trajetória com um toque de ironia e, vamos ser sinceros, um pouco de desdém. Desde a sua infância, passando pela adolescência cheia de desamores, até a vida adulta repleta de fracassos profissionais e amorosos, ele narra tudo isso enquanto flutua por entre as lembranças como um fantasma que nem dá medo.
O nosso querido Brás, que também é um pouco maduro para o seu tempo, finge que não leva o que passou a sério e faz isso com um tom leve e ácido, algo que deveria ser considerado um talento em tempos de TikTok. O que ele não esperava é que sua vida não era exatamente digna de uma biografia gloriosa. Entre um devaneio e outro, ele nos apresenta uma galera interessante: a esposa que não parecia muito comprometida, o pai autoritário, e até mesmo a antagonista da sua vida amorosa, a famosa Virgília. Spoiler Alert: a Virgília não está nem aí para ele e vive seu romance com outro.
Mas a cereja do bolo da história é o modo como Brás dialoga com o leitor. Ele é quase que um amigo íntimo que não tem mais nada a perder, já que a única coisa que lhe resta é soltar fogo pelas vendas e relembrar suas frustrações. O cara tem uma visão sarcástica da vida, e ao mesmo tempo, serve de espelho para uma época cheia de hipocrisia: a sociedade da segunda metade do século XIX.
Em suas memórias, Brás nos apresenta uma série de capítulos que são verdadeiras reflexões sobre a morte, o amor, a sociedade, e, claro, a futilidade. Ele também se dá ao luxo de criticar a sociedade em que vive, apontando suas falhas como quem aponta sujeira no sofá do amigo: com carinho, mas com uma dose extra de ironia. A crítica social está lá, em cada página, assim como aquele cheirinho de café passado.
E se você pensou que essa obra ia acalmar os ânimos e fazer você querer sair por aí compartilhando amor e abraços, sinto muito em informar que não. É uma sátira do cotidiano, que faz da própria morte um tema leve e até engraçado, se você não pensar muito. Às vezes, dá vontade de rir das tragédias, porque, vamos ser sinceros, a vida é um grande circo e o Brás é o palhaço que se apresentou na festa errada.
Assim, Memórias Póstumas de Brás Cubas não é apenas um livro sobre a vida após a morte, mas uma reflexão hilária e provocativa sobre como vivemos agarrados a nossas próprias frustrações, enquanto tudo à nossa volta se transforma em um grande carnaval de absurdos. E quem diria que ser um defunto poderia ser tão divertido?
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.