Resumo de Pode-se Levar a Sério o Pisa?: o Tratamento do Texto Literário em uma Avaliação Internacional, de Daniel Bart e Bertrand Daunay
Explorando as críticas de Daniel Bart e Bertrand Daunay sobre o Pisa, descubra como a literatura é tratada na avaliação internacional e sua real importância.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você acha que o Pisa é o nome de uma pizza do interior de São Paulo ou uma nova dança estilosa, é melhor colocar os pés no chão e dar uma chance a Pode-se Levar a Sério o Pisa?. Neste livro, Daniel Bart e Bertrand Daunay vão além da superfície e mergulham com tudo nas entranhas do Sistema de Avaliação Internacional de Estudantes, conhecido como Pisa.
Os autores têm uma missão muito clara: discutir como o texto literário é tratado dentro do Pisa, aquele exame que faz estudantes de várias partes do mundo suarem a camisa (e o cérebro) para responder questões que muitas vezes parecem um enigma. A verdade é que a literatura, que deveria ser um prato cheio de reflexões, emoções e uma pitada de drama, às vezes se transforma em um simples exercício de decoreba. E a pergunta que fica é: será que estamos levando a sério esse teste que mede a qualidade da educação?
Logo de cara, Bart e Daunay nos mostram que o Pisa não é apenas uma maratona de números e rankings - é um campo de batalha onde a literatura disputa um espaço que poderia, mas não consegue, ser reconhecido devidamente. Eles analisam as provas, tirando a lupa e revelando o que as questões dizem (ou não dizem) sobre a literatura e a formação dos estudantes.
A primeira parte do livro se dedica a desvendar o método Pisa e suas implicações no ensino da literatura. Os autores fazem uma crítica mordaz ao que é considerado "texto literário" nas provas, constatando que, às vezes, isso pode ser apenas um trecho de uma bula de remédio ou a adaptação de um clássico, mas com um toque de sarcasmo.
Lewis Carroll, por exemplo, deve estar se contorcendo em seu túmulo ao ouvir que suas obras podem virar questões de múltipla escolha sem nenhuma consideração pela magia que representam. E cá entre nós, quem consegue extrair a essência de um poema em uma pergunta de desenvolvimento de resposta?
Depois, eles avançam para a discussão do impacto dessa avaliação na educação literária. Afinal, se os alunos estão focados em passar no Pisa, quem vai ter tempo para ler um Dom Casmurro? A relação entre o Pisa e o currículo escolar é analisada a fundo, e a crítica é certeira: se a literatura não é discutida de forma abrangente, o que estamos esperando para formar cidadãos críticos e leitores ávidos?
Spoiler alert: a conclusão é clara: o Pisa pode até ser um ótimo termômetro para medir a educação, mas não podemos levar a avaliação a sério quando a literatura é tratada como um mero complemento. Os autores defendem uma abordagem mais cuidadosa e centrada na formação de um leitor crítico, que não se sinta perdido em meio a questões capciosas que mais parecem um jogo de "quem consegue resolver a charada?"
Bart e Daunay fazem um serviço à literatura e à educação, dando um puxão de orelha em todos nós: será que não devemos levar a literatura a sério? No final, o livro é um convite a reflexão e um manifesto contra a redução da literatura a um mero exercício mecânico de avaliação. Afinal, literatura, meu amigo, é feita de paixão, interpretação e, acima de tudo, de interação feita com a vida real. Ou você acha que Aladim sairia da lâmpada para responder questões de múltipla escolha?
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.