Resumo de Welfare State, de Mauricio Godinho Delgado e Lorena Vasconcelos Porto
Entenda as complexidades do Welfare State com Mauricio Godinho e Lorena Porto, e como o Estado pode ser seu aliado ou não. Reflexões essenciais.
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você já se distraiu pensando em como o Estado poderia ser seu amigo ou pelo menos um bom vizinho que leva um bolo no seu aniversário, então o livro Welfare State é seu novo melhor amigo. Os autores, Mauricio Godinho Delgado e Lorena Vasconcelos Porto, se jogam na piscina da sociologia e da economia para analisar como os estados de bem-estar surgiram, evoluíram e, mais importante, como se tornaram essa figura mítica que muitos adorariam ter por perto - mas, ao mesmo tempo, não sabem exatamente como lidar.
Primeiro, vamos ao básico: o termo "Welfare State" se refere àquelas benesses que os governos oferecem para garantir que você não morra de fome e tenha algumas garantias básicas - básicas, sim, mas com a complexidade de um romance de Dostoiévski. A ideia é que o Estado entra em ação para proteger os cidadãos contra os percalços da vida, como desemprego, doença, e uma ou outra crise que venha a surgir (sabe, como a de 2020, quando todo mundo ficou em casa achando que era um filme de apocalipse).
Os autores começam explicando as raízes históricas desse conceito. Desde a era das primeiras civilizações, passando pela Revolução Industrial (quando a Inglaterra parecia uma fábrica de pessoas trabalhando horrores), até chegar ao Estado de Bem-Estar moderno. Uma verdadeira montanha-russa de eventos sociais e políticos que moldaram as políticas públicas do mundo. A história é recheada de flashes de como os cidadãos tiveram que brigar duro para que o governo se tornasse responsável pelos cidadãos.
Em seguida, Delgado e Porto começam a dissertar sobre diferentes modelos de Welfare State, só que em vez de escolher a forma mais simples de fazer isso, eles decidem mergulhar em sistemas europeus (olha o contraste com o Brasil) e ficamos sabendo que, em alguns lugares, o governo realmente se preocupa mais com a saúde do cidadão do que com a saúde das contas públicas. Quer um spoiler? Em um futuro próximo, talvez a saúde mental dos governantes também seja uma prioridade.
O livro também aborda as críticas ao Welfare State, com aquela sinceridade bem brasileira: "Sabe, é muito bonito em teoria, mas na prática." e acontece uma série de piadas que não são tão engraçadas assim para quem vive todas as complicações sociais de um sistema às vezes mais preocupado em agradar a todos do que realmente resolver os problemas.
Além disso, há discussões sobre a necessidade de reformular os sistemas de bem-estar em tempos de crise econômica - que, convenhamos, parece ser uma constante na nossa vida contemporânea. Os autores pedem que repensemos o papel do Estado na vida das pessoas e como ele pode se adaptar às novas demandas sociais e tecnológicas. Eles não dão soluções prontas, porque, sejamos sinceros, em matéria de política, ninguém é lá muito bom em prever o futuro.
Ao final do livro, você provavelmente provavelmente estará questionando: "E o que o Estado pode fazer por mim, além de me cobrar impostos?". Os autores não dão muitos spoilers sobre um final feliz, mas nos deixam com a esperança de que um Estado de Bem-Estar efetivo ainda pode ser possível - mesmo que isso envolva uma longa jornada e muitos diálogos acalorados.
Então, se você está a fim de entender como se dá essa relação um tanto abalada entre o cidadão, o bem-estar e, claro, o Estado, Welfare State é leitura obrigatória. Prepare-se para rir, refletir e puxar um cabelo com todas essas nuances e problemas que cercam a vida em sociedade. Agora, se você está apenas procurando um manual de instruções sobre como o governo deve cuidar de você, bem, como já mencionado, talvez seja uma jornada um pouco mais complexa do que um simples "faça isso e aquilo".
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.