Resumo de Auto da Barca do Inferno, Farsa de Inês Pereira e Auto da Índia, de Gil Vicente
Navegue pelas comédias de Gil Vicente! Explore as críticas sociais de 'Auto da Barca do Inferno', 'Farsa de Inês Pereira' e 'Auto da Índia'.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Se você achava que a vida era fácil e que os mendigos não tinham problemas, é porque ainda não leu Auto da Barca do Inferno. Este clássico absolutamente vicenteano (no bom sentido) é uma verdadeira comédia de costumes e crítica social, onde o autor, o gênio Gil Vicente, resolveu trazer a tona a galera que estava esperta demais para o céu, mas não tinha como pular para o inferno. Tudo isso em uma espécie de "ferry boat" das almas, que mais parece um ônibus enferrujado na cidade grande.
O enredo começa com a morte de um cara, que não é só um personagem aleatório, e sim um tipico narcisista, que acha que tudo e todos giram ao seu redor. Ele, assim como muitos, se depara com duas barcas: uma que leva os "boas pessoas" para o céu e a outra, mais encardida, que vai parar no inferno. O que acontece? Um verdadeiro strip-tease moral, onde cada personagem é convidado a mostrar seus podres e segredos. E olha, a fila do inferno está cheia de gente!
Spoiler Alert: O que você pensou que seria uma viagem tranquila, se revela uma autêntica sessão de "quem é quem" na moralidade. Todo mundo que aparece na barca do inferno tem uma historinha pra contar, e a maior parte delas envolve alguma forma de falta de caráter. Tem desde o fidalgo que deposita suas esperanças na herança, até o alcóolatra que fez tudo pelo amor de uma garrafa.
Mas se você achava que essa viagem infernal não poderia ficar mais interessante, vem a Farsa de Inês Pereira. Essa parte toca no dramático dos relacionamentos, com toda a confusão que uma mulher em busca de amor pode provocar. Inês, a protagonista, não é só uma moça sonhadora, mas uma verdadeira maratonista do amor, que dá um show nas suas tentativas de conquistar o coração de um determinado fidalgo, enquanto dá uma passadinha na picaretagem e na esperteza de outros. Esse jogo do "quem se dá melhor" vai fazer você rir e pensar na complexidade dos relacionamentos - e os maus entendidos que sempre surgem.
Por último, mas não menos importante, vem o Auto da Índia, que traz uma nova perspectiva dos povos, e que envolve um pouco das aventuras e desventuras de quem iria à Índia. Aqui, Vicente expõe e critica o colonialismo. Além de apresentar personagens cheios de ideias mirabolantes sobre comércio, fortuna e um "quero, posso, e mando"!
No fim das contas, Gil Vicente produz uma verdadeira cachaça literária: cheia de humor, crítica social e personagens cativantes, que nos mostram a intensidade da vida e a futilidade de certas escolhas. Cada uma dessas peças têm o seu que de teatro e a intenção de provocar risadas, mas também uma reflexão. Afinal, quem somos nós na fila do pão? Ou melhor, na fila do inferno?
Prepare-se para uma viagem que vai do céu ao inferno, passando pela farsa do amor e pelas armadilhas da ambição. Auto da Barca do Inferno, Farsa de Inês Pereira e Auto da Índia é assim um misto de risadas e, quem sabe, uma tarde reflexiva sobre o que realmente importa na vida: o que você está disposto a fazer por um lugar melhor... ou, pelo menos, por um lugar que não seja o inferno!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.