Resumo de Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna
Embarque nas aventuras de Chicó e João Grilo em 'Auto da Compadecida'. Uma comédia cheia de crítica social e reviravoltas surpreendentes!
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Se você ainda não leu Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, prepare-se para um mergulho nas aventuras de dois nordestinos que mais parecem saídos de uma novela mexicana, mas com um tempero bem brasileiro. A peça, que se passa no sertão da Paraíba, é uma mistura de comédia, drama e crítica social, temperada com uma pitada do realismo mágico que faz a gente se perguntar se a vida no sertão é mesmo tão surreal ou se estamos todos sonhando com uma novela da Globo.
A história gira em torno de Chicó e João Grilo, dois personagens que poderiam ser descritos como dois trapaceiros da pior espécie, mas que, na verdade, têm um coração (ou pelo menos tentam) e uma habilidade notável para se meter em confusões. Desde o primeiro ato, vemos Chicó, o mais sonhador do duo, tentando conquistar a bela Dona Lêda, e João, o muito mais esperto, tirando proveito das situações e levando o amigo a situações embaraçosas dignas de um programa de pegadinhas.
Logo, Chicó e João se envolvem em uma trama que poderia muito bem ser um dia comum da família brasileira: eles precisam escapar da figura do Padeiro, um personagem que representa a moral e a hipocrisia da sociedade, assim como a própria Compadecida (a Virgem Maria) que aparece em um impasse entre o céu e o inferno. E, claro, não poderia faltar a grande questão de quem é mais esperto: o esperto ou o mais esperto? Aliás, se você achou que ia escapar dos spoilers, sinto muito, mas a vida é feita de reviravoltas!
Depois de uma série de desventuras envolvendo perseguições por causa de um cofre (que estava realmente cheio de nada) e enganos que dariam inveja ao elenco de um sitcom, os personagens acabam se deparando com o próprio Morte. Sim, meus amigos, estamos falando do personificado da celetária que vem para buscar nossas almas e que é, de fato, um personagem bem humorado que questiona a moralidade do sertanejo enquanto adiciona mais uma pitada de absurdidade ao enredo.
Eis que, numa reviravolta que nem o melhor roteirista de Hollywood ousaria inventar, Dona Compadecida decide intervir. Com isso, o autor não apenas nos apresenta a cena em que se discute o que é a verdadeira compaixão, mas também coloca em xeque as relações de poder e a eterna luta entre o bem e o mal. Auto da Compadecida não é um simples jogo de truques e trapaças; é uma crítica à sociedade, cheia de personagens caricatos que representam as diferentes faces da condição humana.
No final, após uma montanha-russa de risadas e reflexões, aprendemos que, em última análise, se a vida é um jogo de cartas, cada um deve saber como jogar as suas, ou pelo menos tentar não ser o maior otário da mesa. E assim termina a saga de Chicó e João, com lições que vão muito além da comédia e que fazem a gente repensar nossas próprias vidas.
Se você ainda não leu essa obra-prima do teatro brasileiro, não se preocupe: dá tempo de tirar aquele cochilo com os clássicos do nosso Brasil e, quem sabe, você não se vê claudicando pela próxima vez que a vida lhe der limões!
E lembre-se: como diz o ditado popular, "o importante é a fé e não a moralidade"!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.