Resumo de Os Persas, de Ésquilo
Entenda a tragédia grega "Os Persas" de Ésquilo sob a perspectiva dos derrotados. Uma lição sobre vulnerabilidade e ironia do destino.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Se você pensou que tragédia grega era só sobre deuses com raiva, sacrifícios e heróis trágicos, prepare-se para conhecer Os Persas, a peça que traz um twist na narrativa: a perspectiva do lado derrotado da história. Afinal, quem disse que só os vencedores têm o direito de contar a história?
Escrita por Ésquilo, considerado o pai da tragédia, Os Persas é um dueto de como os gregos dançaram uma valsa com os persas e, claro, acabaram pisando no pé do parceiro na última parte. A peça é ambientada em 472 a.C., em cuja tragédia a história é contada do ponto de vista dos persas após sua humilhante derrota na Batalha de Salamina. E quem é que nos conta isso tudo, você pergunta? Um bando de personagens persas, claro, que estão mais preocupados com o próprio luto do que em entender como os gregos estão dançando na festa da vitória.
A história começa com uma reunião dos anciãos persas, aqueles que têm mais sabedoria, mas que só sabem chorar a derrota em vez de entender onde foram parar. Eles estão claramente incomodados - e um tanto quanto tristes - com a ausência do seu rei, Xerxes, que foi, digamos, dar um rolê e agora não está em casa. Portanto, eles decidem esperar, mas, com certeza, não sem antes lamentar a perda de muitos de seus soldados e, mais importante, seu orgulho.
Logo, uma mensageira aparece trazendo notícias de que, sim, Xerxes levou uma bela surra dos gregos, e eles, coitados, não estavam mesmo preparados para o que vinha pela frente. E enquanto a galera na Grécia estava aplaudindo, os persas começavam a se questionar o que estavam fazendo de errado. A mensagem, pessoal, é a de que derrotas doem, e essa dor é universal.
O ponto alto da peça (e sim, vamos lá, já aviso que vou soltar um spoiler bem sutil, mas vamos tratar como um alerta, tá?) é quando Xerxes finalmente retorna, cercado de desapontamento e, claro, humilhação. Em um momento dramático, ele percebe que seu império, assim como sua autoestima, foi para o espaço. Após um dramático relato do que aconteceu, fica claro que a vitória dos gregos foi muito mais que uma simples batalha - foi, na verdade, um tapa na cara daquela autoconfiança que os persas estavam cultivando. Ouvindo sobre seus soldados valentes que não voltaram, o pessoal se apercebe que a guerra não é só um jogo de xadrez, mas uma experiência bem dolorosa.
Outro detalhe interessante é como a peça aborda o tema da soberania. Os persas, com todo seu orgulho, acabaram por se mostrar vulneráveis - uma lição para quem acha que a coroa do rei é indestrutível. No fundo, todos somos humanos, e são essas nuances que trazem uma beleza trágica à narrativa.
Ao final, Os Persas nos faz rir (ou chorar) da ironia do destino e da fragilidade do poder. Essa tragédia grega nos ensina que, às vezes, é bom sair do pedestal e ver que, na dança da vida, qualquer um pode escorregar e dar uma queda aparatosa. E se sua visão da história sempre é a do vencedor, talvez essa peça seja exatamente o que você precisa para dar uma segunda olhadinha na história.
E se você ainda não leu Os Persas, não se preocupe! Aqui, ao menos, você já tem a noção de que tragédia é mais que um show de cólera - é um espetáculo de nuances humanas e risos nervosos.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.