Resumo de Obra completa Padre António Vieira - Tomo II - Volume XIV, de António Vieira
Mergulhe nos intrigantes Sermões Fúnebres de Padre António Vieira e descubra suas reflexões sobre a vida e a morte com uma pitada de humor e teologia.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Se você sempre quis entrar no mundo das alusões bíblicas e das verborreias que só um padre português do século XVII poderia oferecer, está no lugar certo! Neste segundo tomo da Obra Completa de Padre António Vieira, nos deparamos com os famosos Sermões Fúnebres. Prepare-se, porque esse passeio pela teologia e pela oratória do Vieira pode parecer um pouco como assistir a uma missa com um tronco de madeira na mão: muito longo, mas com algumas pérolas que valem a pena.
Primeiramente, vamos falar um pouco do ditador do discurso aqui: António Vieira. O cara era mestre em usar palavras como um artista manuseia um pincel. Seus sermões, que são o carro-chefe dessa obra, foram dizimados por autoridades servidas da crítica, mas quem disse que isso parou o padre? Ele pegou a batina e saiu falando, seja nas capelas ou em festas governamentais, sempre buscando abrir os olhos - e, por que não, os ouvidos - de seus ouvintes.
Os Sermões Fúnebres, ou como Vieira gosta de chamá-los, "aquela hora em que a gente tem que falar bem do morto", são uma verdadeira montanha-russa de sentimentos. Aqui, o autor não poupa esforços para lembrar tanto as virtudes do falecido (porque precisamos fazer essa propaganda) quanto as inevitabilidades do destino que todos nós, um dia, teremos que encarar. Spoiler alert: todo mundo morre e Vieira não se esquece de lembrar disso com uma pitada de fervor teológico!
Dentre as suas obras, você encontrará um sermão mais emblemático que o outro. Ele fala sobre a mortalidade e como é triste que, mesmo os mais nobres, acabam indo sob a terra. Ele também divaga sobre a maneira como a vida é uma peça de teatro - alguém entra, faz seu papel e, puff, desaparece no final. Uma analogia dramática que certamente agradaria a Shakespeare, se ele não estivesse tão concentrado em matar os seus personagens.
E não podemos esquecer da retórica rebuscada de Vieira! Se você é um fã de provas de vestir a palavra de maneira pomposa, essa é a hora! O homem utiliza metáforas e anáforas como se fossem confetes em uma festa de São João. É como se as palavras dançassem uma quadrilha ao som de um sanfoneiro interpretando a dramaticidade da vida.
Se você tem estômago para entender sobre a morte e a eternidade, enquanto tenta não cochilar durante longos parágrafos de devaneios, esse livro é perfeito para você. Uma verdadeira viagem por conceitos que fazem você repensar sua vida - e talvez sua crença na capacidade dos padres de fazerem uma festa em uma cerimônia fúnebre!
Por fim, vale lembrar que mesmo que você não curta muito a teologia, a obra de Vieira traz uma quantidade impressionante de informações históricas e reflexões que podem ser levadas para a vida. É, sem dúvida, uma maneira interessante de se preparar para o "não tão longe" encontro com a morte. Afinal, todos nós somos apenas uns "mortais dançantes" em um "santo sepulcro de discursos". É tipo uma versão cristã de Os Vingadores, só que todos já morreram antes de chegar ao cinema.
Então, se você está afim de se embrenhar no universo de sermões e reflexões que poderiam ser mais curtas, mas que, ao invés disso, são dignas de um campeonato de palavras cruzadas, esse é o livro certo para você! Boa meditação e lembre-se: tudo passa, menos aqueles que falam demais.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.