Resumo de Nosso remédio é a palavra: Uma etnografia sobre o modelo terapêutico de Alcoólicos Anônimos, de Edemilson Antunes de Campos
Mergulhe na etnografia de Edemilson Campos sobre Alcoólicos Anônimos e descubra como a palavra se transforma no poderoso remédio para o alcoolismo.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Vamos lá, a gente vai falar sobre Nosso remédio é a palavra, esse livro que é mais um convite ao autoconhecimento do que uma receita mágica para deixar de beber. O autor, Edemilson Antunes de Campos, decidiu enveredar pelos caminhos de Alcoólicos Anônimos (AA), e nada como uma boa etnografia para contar a saga de quem luta para dizer "não, obrigado" ao álcool.
Primeiramente, os fundadores do AA esperavam que "a palavra" salvasse as almas perdidas na embriaguez. E, adivinha? O autor mergulha de cabeça nesse mundo, fazendo um estudo mais profundo que muitos psicólogos já tentaram. Ele nos apresenta a metodologia do grupo, que poderia ser descrita como uma mistura de terapia em grupo e um clube do livro, mas sem o vinho. A ideia é que, ao compartilhar suas histórias de vida e experiências, os participantes consigam se apoiar uns aos outros, passando a palavra adiante como se fosse um passe de mágica - e, acredite se puder, em muitos casos dá certo!
O livro nos guia por essas reuniões, onde o "aqui e agora" toma conta da conversa. Os participantes falam em primeira pessoa, como se estivessem no confessionário de uma igreja, mas sem os pecados da comunidade. O grande truque está em ver que a luta contra o vício é, na verdade, uma jornada coletiva. Eles se desmontam, se reerguem e, ao final, se abraçam em um grande "eu também passei por isso". Mas, claro, tudo isso com muita sinceridade.
A narrativa de Edemilson nos apresenta um olhar crítico sobre a depender do álcool e como esse bastidor do AA funciona. Ele revela o quanto essa abordagem é eficiente e quanto mais as pessoas falam, mais se ajudam. Ah, e não se preocupe, este livro não tem spoilers, afinal, estamos falando de pesquisa e não de um filme de suspense!
Ao longo da leitura, ele critica algumas das práticas tradicionais do tratamento do alcoolismo, fazendo o X da questão: será que realmente precisamos nos trancar em clínicas, em vez de iniciarmos essa troca em grupo? O "remédio" é, portanto, a palavra falada, o desabafo, o apoio e a empatia que surgem nesse ambiente. O autor valoriza um tratamento que, ao invés de estigmatizar, acolhe.
Edemilson nos dá uma nova visão sobre os Alcoólicos Anônimos e faz um paralelo entre o que é a solução para o vício: a terapia e a conversa franca. Se você não achava que autoajuda podia ser aprofundada de maneira tão sábia, prepare-se para rever seus conceitos! No fim, a conclusão que fica é que todos estamos, de certa forma, à busca do nosso remédio, que pode muito bem ser o simples ato de falar e ouvir.
Portanto, se você estava esperando um manual milagroso ou mesmo uma história de superação dramática, pode ser que Nosso remédio é a palavra não seja bem o que você imaginava. Mas, sem dúvida, é uma leitura que traz um olhar novo sobre como a coletividade pode ser um antídoto poderoso contra o alcoolismo - ou talvez um fórum de apoio para lidar com as batalhas pessoais do dia a dia.
E, antes que eu esqueça: se você fizer uma reunião, traga um livro legal para compartilhar. O álcool está fora, mas a palavra está sempre à mesa!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.