Resumo de A Idade do Serrote, de Murilo Mendes
Mergulhe nas crônicas de Murilo Mendes em 'A Idade do Serrote' e descubra como ele corta ilusões e provoca reflexões sobre a vida moderna.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Ah, A Idade do Serrote! Um título que já nos alerta que a obra do poeta e cronista Murilo Mendes vai cortar um bocado de preconceitos e ideias sobre a vida. Mendes, que poderia estar tranquilamente deitado em uma rede tomando água de coco, decide nos brindar com uma coleção de escritos que explora um pouco do ser humano, da sua contemporaneidade e, claro, de suas neuroses. Então, ajeite-se na sua cadeirinha e prepare-se para o entra-e-sai de reflexões.
Neste livro, Mendes apresenta um olhar afiado sobre a sociedade. Sim, você não leu errado: afiado! O serrote aqui é uma metáfora poderosa que corta as ilusões e nos faz encarar a realidade de frente. O autor pinça com maestria as fraquezas da existência humana, e, com um humor que poderia ser considerado ácido, mas que está mais para um salgado bem temperado, ele nos provoca a pensar sobre a vida moderna e suas armadilhas.
As crônicas são como pequenas lâminas, cada uma com seu estilo, onde Mendes não hesita em criticar a falta de autenticidade nas relações humanas. Ele nos transporta para um universo em que o cotidiano se torna uma espécie de teatro, onde todos vestem suas melhores máscaras, e se esquecem da beleza do que é ser verdadeiro. A obra, assim, nos convida a deixar de lado o "serrote" que usamos para aparar nossas verdades.
E aqui vai um spoiler, se você é do tipo que não gosta de surpresas: a narrativa não simplesmente te leva a uma conclusão, mas te faz travar uma luta interna entre o que se deve ser e o que se quer ser. A verdade é que, em meio a tantas crônicas, é fácil se sentir um velho chato repetindo as mesmas histórias e nervosismo existencial.
Mendes também faz um belo jogo de palavras quando discute a evolução, ou a falta dela, do homem. Dalí, Picasso, e outros artistas ganham um lugar de destaque em certo momento da obra, e o autor se posiciona como um observador mordaz do nosso tempo, questionando inclusive a própria natureza da arte e o papel que ela desempenha na sociedade.
Entre os textos, há momentos de pura reflexão, mas também de crítica mordaz, que fazem o leitor rir e chorar ao mesmo tempo (sim, o famoso "choro de rir"). E, se você está pensando que é apenas um livro sobre as agruras do século XXI, pense de novo! Cada crônica traz uma pitada de esperança, mesmo quando Mendes aborda questões mais pesadas.
Em suma, A Idade do Serrote é uma leitura que, com seu tom cômico e reflexivo, nos faz repensar nossas vidas e a bagunça que fazemos dela. É como um espelho que, ao invés de mostrar sua imagem, queima sua própria superfície e revela as rugas das relações humanas. Se você estava à procura de uma leitura que além de provocar risadas te faça pensar, posso garantir que Murilo Mendes vai bem além do que você imagina. E no final das contas, vamos todos continuar a nos serrar eternamente.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.