Resumo de 1964: Golpe ou Contragolpe?, de Helio Silva
Explore a intrigante análise de Helio Silva em '1964: Golpe ou Contragolpe?' e compreenda a virada política que moldou o Brasil.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Se você pensou que a história do Brasil se resumia a algumas marchinhas de Carnaval e a eterna briga entre Flamengo e Corinthians, é melhor se preparar. Em 1964: Golpe ou Contragolpe?, Helio Silva decide agitar o coreto com uma análise da virada que colocou um ponto final na democracia (pelo menos até então) e deu início a um regime que fez o Brasil parecer um episódio de "A Praça é Nossa", mas sem as risadas no final.
O autor começa nos levando de volta ao contexto político da época, onde o Brasil vivia uma efervescência de ideias, protestos e um governo que parecia mais perdido que a gente procurando Wi-Fi no meio de uma floresta. Silva examina as tensões sociais, a insatisfação crescente com o governo de João Goulart e a polarização que se espalhava como o temido vírus das fake news nos dias atuais. Em suma, todo mundo estava pronto para o barraco.
A narrativa avança, traçando o caminho que levou ao famoso "golpe", que mais parecia uma partida de futebol onde a arbitragem decidiu expulsar o time da democracia. O autor analisa os interesses das elites, a influência dos Estados Unidos e como o exército começou a fazer planos que deixariam o esboço de qualquer grampo telefônico de hoje parecendo uma conversa no WhatsApp. Aqui, o foco não é só no que aconteceu, mas também no porquê - e essa é a parte que realmente faz você pensar: "mas que m... é essa que estou lendo?"
Ao longo do livro, Helio Silva se despede da neutralidade jornalística, já que é difícil passar batido por tanta reviravolta. Os eventos são narrados com detalhes que vão te fazer sentir como se estivesse assistindo a um filme de suspense, mas com menos explosões e mais reuniões secretas. O autor está mais imerso na política do que eu no sofá depois de um bom almoço de domingo.
E spoiler alert: depois de toda essa confusão, o Brasil entra em um regime militar que duraria 21 anos, onde a liberdade de expressão virou opção de menu em um restaurante chique: "Desculpe, mas isso aqui não temos mais". Silva aponta as drásticas consequências do golpe, tanto para a sociedade quanto para a cultura, e como os efeitos ainda reverberam nas gerações seguintes.
Com uma linguagem acessível que proporciona uma leitura tão envolvente quanto uma novela das 9, 1964: Golpe ou Contragolpe? se destoa no meio do mar de análises históricas que geralmente se assemelham a um sono profundo depois do almoço. Helio Silva faz um ótimo trabalho ao conectar eventos históricos e sociais que levaram à traumática realidade do golpe, e ainda consegue instigar aquele sentimento de "o que será que vem a seguir?".
Se você está pensando em mergulhar nesse universo de figuras políticas e intrigas, tenha em mente que você vai sair desse livro com uma visão bem mais crítica do que a que você entrou, e talvez até com algumas novas perguntas. Afinal, golpe ou contragolpe? Quem vai saber, se a história é contada por tantas vozes? O importante é que a gente nunca deixe de questionar. E, parafraseando o autor, é sempre bom lembrar: uma boa análise do passado pode ajudar a gente a não repetir os mesmos erros. No entanto, isso depende de nós. ou de quem tiver o poder da narrativa.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.