Resumo de O Grito do rio Tietê, de Amir Piedade
Aprofunde-se na crítica social de Amir Piedade em 'O Grito do rio Tietê'. Entenda a degradação do rio e a responsabilidade sobre a natureza.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Imagine um desafio ambicioso: transformar um tesouro natural em sinônimo de lamento. Essa é a missão de Amir Piedade em O Grito do rio Tietê. Aqui, o autor não enrola, não esconde o jogo e muito menos faz média com a situação. Com apenas 20 páginas, ele nos dá uma tão apurada quanto sarcástica visão sobre a degradação do nosso tão amado (ou seria amado?) rio Tietê. Spoiler: não é só amor que ele sente pelo rio, e a angústia vai além de um simples uísque.
No início da narrativa, o autor nos apresenta o Tietê como um verdadeiro personagem: antes um símbolo de vida e agora um clamor por socorro. É quase como se o rio estivesse soltando gritos sufocados, pedindo um pouco de dignidade e um tratamento que não envolvesse mais esgoto do que água. Piedade faz questão de dar um ênfase, não só à beleza perdida do Tietê, mas também às promessas não cumpridas. Ficamos com a impressão que ele está dizendo, em alto e bom som: "Gente, este não é unicamente um problema do passado! E aí, quem vai se responsabilizar?"
Seguindo adiante, o autor não se esquece de dar um toque crítico às autoridades que sempre aparecem mais para fazer bonito do que para agir efetivamente. É a velha história da propaganda de "vamos cuidar do rio" enquanto, na prática, continuam jogando tudo que não presta nele. Piedade joga os holofotes nessa hipocrisia e, com um toque mordaz, nos faz refletir: "E da próxima vez que você passar por lá, lembre-se: a água não está tão limpa quanto a promessa".
A obra também não escapa do tom metafórico que muito se assemelha a um bom e velho protesto. O Tietê se torna um símbolo que clama por mudança, representando não apenas a decadência de um corpo hídrico, mas uma crítica clara à falta de respeito e cuidado com a natureza em geral, numa linguagem que mescla sensibilidade e ironia. Em um determinado ponto, você pode até se sentir como um dos personagens dessa tragédia ecológica, torcendo para que alguém chegue com uma bomba de oxigênio e faça uma "ressurreição" no Tietê.
E, claro, como toda boa narrativa que se preze, não faltam aqueles momentos em que você pensaria: "será que isso vai ter um final feliz?". Para quem espera um final bonito com águas limpidas e peixinhos cantando, não se empolgue muito; a realidade é crua e o rio em sua atual situação não vai apresentar uma mudança mágica do dia para a noite. A obra nos faz encarar as questões com um olhar crítico, sem deixar de lado aquele toque divertido que faz a gente rir ao mesmo tempo que chora.
Em suma, O Grito do rio Tietê é um grito, ou melhor, um desabafo necessário. Amir Piedade nos faz lembrar da nossa relação com a natureza, e o quanto temos a responsabilidade de cuidar do que nos rodeia. Se a água do Tietê pudesse falar, provavelmente pediria um pouco de respeito e um banhozinho de limpeza, porque, sejamos sinceros, o que há de bonito nessa situação? Fica a reflexão: que tal começarmos a dar ouvidos ao grito do Tietê e agirmos, antes que ele decida gritar ainda mais alto?
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.