Resumo de A ordem do dia, de Éric Vuillard
Mergulhe nos bastidores da ascensão do nazismo com 'A Ordem do Dia' de Éric Vuillard, uma narrativa tensa, dramática e irônica sobre os jogos de poder.
domingo, 17 de novembro de 2024
Prepare-se para mergulhar em um dos episódios mais tensos da história moderna, com um toque de drama e uma pitada de ironia que só Éric Vuillard consegue proporcionar em A ordem do dia. Essa obra não é só uma narrativa; é um convite para revisitar os bastidores da ascensão do nazismo. E, sim, é tão chocante quanto uma reunião de condomínio na qual o síndico decide aumentar a taxa de manutenção - só que aqui está em jogo a futuro da Europa.
O livro começa com um desfile de personagens que mais parecem um encontro de diretores de uma grande corporação, mas em vez de falarem sobre vendas, estarão discutindo o futuro da Alemanha. O autor lança a atenção na reunião secreta em 1933 entre os líderes da indústria alemã e os novos chefes do banana republic - vocês já sabem quem: Hitler e seus comparsas. Basicamente, é como se a mafia se unisse a um grupo de advogados para decidir quem vai ser o próximo vilão na sessão de cinema.
Neste cenário surreal, a ordem do dia é estabelecida através de almoços elegantes e conversas em tom de "vamos fazer um acordo rápido e puxar o tapete debaixo dos seus pés". Aqui, fica claro que os empresários não estavam fazendo a chaqueca; estavam todos sorrindo enquanto projetavam um futuro sombriamente eficiente e totalitário - algo que mais parece uma reunião da equipe de vendas das lojas de móveis, mas com menos sofá e mais gás lacrimogêneo.
É interessante como Vuillard nos dá um zoom nas insignificâncias da fala dos líderes enquanto eles discutem a criação do terceiro Reich. O autor transformou o triunvirato de industrialistas em personagens de uma peça de teatro, onde cada um tem seu papel e dialoga sobre como mania de grandeza, uma receita da cachorrada das maiores tragédias da história.
E, como se não bastasse, somos levados por um turbilhão de informações sobre como os acordos e jogos de poder desencadearam a guerra. Spoiler: é claro que o resultado é catastrófico e a Europa nunca mais seria a mesma. Mas, antes disso, os protagonistas nos deixam na expectativa com seus sorrisos cínicos e motivações egoístas.
Vuillard não se contenta só em descrever a ascensão dos vilões; ele nos lança questões sobre a responsabilidade e a colaboração daqueles que, embora estivessem do lado "mais civilizado" do conflito, estavam de mãos dadas com a barbárie. Ou seja, "se não podemos vencê-los, juntamo-nos a eles". É uma crítica poderosa que ecoa até os dias de hoje: quem é cúmplice no crime?
Com apenas 144 páginas, Éric Vuillard consegue fazer um panorama denso e afiado da ordem do dia. Se você tinha planos de passar uma tarde tranquila, desista, porque esse livro vai botar o seu cérebro para funcionar, examinando desde a superficialidade da elite até as consequências chocantes de seus atos.
Então, caso você ainda não esteja convencido, prepare-se! A leitura de A ordem do dia é como assistir a uma sequência de estreias de terror; você já sabe que a situação não vai acabar bem, mas não consegue parar de observar. E, acredite, a reflexão sobre o que se passa por trás das cortinas históricas é mais intrigante do que muitos filmes de Hollywood.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.