Resumo de A Linguagem Das Mercadorias Em Marx, de Ademar Bogo
Aprofunde-se na análise de Ademar Bogo sobre mercadorias e consumo em Marx. Entenda a relação entre valor, ideologia e o capitalismo.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Em A Linguagem Das Mercadorias Em Marx, Ademar Bogo nos leva a uma viagem pelo universo das mercadorias com a certeza de que, se o capitalismo fosse uma festa, as mercadorias seriam as estrelas do show, todas vestidas com suas melhores roupas de marca. O autor explora a forma como Karl Marx enxerga os produtos não apenas como coisas úteis, mas como símbolos de relações de poder e de valor muito mais profundas do que um simples preço na etiqueta.
Bogo começa nos apresentando a teoria do valor de uso e do valor de troca, onde nos ensina que as mercadorias têm uma dupla vida: enquanto uns precisam delas para sobreviver, outros as veem como uma forma de ostentação. Aqui, o autor faz um trocadilho com a frase "é tudo uma questão de perspectiva", mostrando que a percepção de valor varia conforme o olhar do espectador.
A parte mais interessante provavelmente vem quando ele aprofunda a famosa fetichização da mercadoria. Para Marx, as mercadorias estão imbuídas de um misticismo que faz com que os consumidores enxerguem valor onde, na verdade, existe apenas trabalho social. É como se as coisas na prateleira dissessem: "Olha só, sou linda e cara, você tem que me ter!". E todos nós sabemos que muitas vezes acabamos comprando produtos só para nos encaixar em um padrão que nem sempre entendemos ou queremos.
À medida que o texto avança, Bogo leva o leitor a refletir sobre o papel da ideologia no consumo. Ele nos faz perguntar: será que somos realmente livres na hora de escolher o que comprar ou estamos apenas seguindo o fluxo da onda capitalista que nos diz o que querermos? E spoiler alert: a resposta não é tão doce quanto as propagandas nos fazem acreditar.
O autor também revisita a teoria do valor-trabalho, uma das pérolas da visão marxista, e mostra como o valor de uma mercadoria está intrinsicamente ligado à quantidade de trabalho que é preciso para produzi-la. Ou seja, todas aquelas horas de esforço humano que ficam escondidas nos produtos que compramos não estão exatamente na primeira linha do rótulo. Um tanto deprimente pensar que podemos estar comprando não só produtos, mas também a exploração alheia.
Bogo, sempre com seu toque de humor sutil, desafia as convenções e nos convida a olhar além da superfície reluzente que os produtos nos oferecem. Ele nos faz pensar: o que realmente estamos comprando? E, acreditem, não é só o último smartphone com câmera de 72 megapixels.
No final das contas, A Linguagem Das Mercadorias Em Marx é um convite para repensarmos nossa relação com o consumo e, de quebra, a própria natureza do capitalismo. Um livro que, sem dúvida, faz você pensar duas vezes antes de fazer compras e talvez até a reconsiderar aquele desejo fervoroso de adquirir mais um item daquela coleção que estava tão na moda. Assim, na próxima vez que você for às compras, lembre-se: cada mercadoria tem mais história do que você imagina, e pode muito bem estar carregando seu próprio peso social a tiracolo.
E se você achou que tudo isso era apenas um mero ensaio filosófico, pense novamente: Bogo está aqui para sacudir a sua visão sobre o que é realmente uma mercadoria. Então, fica a dica: prefira conferir os rótulos com um olhar crítico, porque, no fundo, todos nós sabemos: o que entra na sua casa pode dizer muito sobre você, ou, quem sabe, sobre o que você gostaria de protestar na próxima revolução!
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.