Resumo de Caim, de José Saramago
Mergulhe na ousada reinterpretação bíblica de Saramago em 'Caim'. Questões de moralidade e críticas a Deus desafiam a visão tradicional da história.
terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Ah, Caim! O livro onde a narrativa bíblica ganha uma reimpressão tão ousada que até Deus teria que pensar duas vezes antes de dar um "amém"! O autor, José Saramago, nos traz uma história que faz parecer que, além de criar o mundo, o Senhor também estava disposto a dar um toque especial na sua própria versão dos eventos.
Na trama, encontramos Caim, o filho famoso de Adão e Eva, já com uma má reputação (e quem pode blameá-lo?). Ele tem esse emprego não muito glamouroso de ser o primeiro assassino da história, e, a partir do momento em que tirou a vida de seu irmão Abel, a situação já estava bem complicada. Mas calma, não precisamos ser tão drásticos-nossas preces de salvação podem esperar. Aqui, Caim não é apenas um killer, mas um questionador nato das ações divinas.
A narrativa nos apresenta Caim caminhando por vários episódios bíblicos, questionando e desafiando Deus enquanto joga aquele "como assim?" básico. O que é isso, Caim? Você é só um simples pastoreio ou um defensor do seu próprio ponto de vista em uma era de decisão? Saramago não decepciona! Vamos ver Caim conversando com figuras como Noé, destruindo o mundo com sua arca de problemas, e até mesmo tendo um pitaco no estilo de vida de Abraão. Porque se tem algo que Caim não pode ver é a repetição de erros da criação, e isso inclui o que se passa na cabeça do Todo-Poderoso.
Em uma dessas conversas com Deus (falando em nome de muitos de nós que também adorariam um diálogo), Caim assume um papel de verdadeiro advogado do diabo, levando Deus ao tribunal da moralidade. Spoiler alert: a defesa não vai muito bem, especialmente quando Caim começa a criticar decisões que nem mesmo pessoas na terra teriam coragem de questionar. "Quem é o verdadeiro culpado?", ele se pergunta, numa clara metalinguagem sobre a responsabilidade e as consequências de nossas ações. E, cá entre nós, vale a pena notar que Saramago não nos poupa de seguir aprofundando esta jornada filosófica sobre o bem e o mal.
E como a história não poderia acabar sem uma pitada de drama, Caim acaba se deparando com os castigos e as verdades inconvenientemente "divinas". No final, Saramago nos apresenta uma visão de um Deus não tão incompreensível e, sim, bem humano-um humor que trata as tragédias de maneira crítica, convidando o leitor a se perguntar: será que Deus também está jogando no time do lado oposto?
Caim é, em suma, uma obra onde não só o protagonista aprende com seus pecados, mas também nos inspira a pensar nos nossos próprios. Afinal, nem Deus está livre de críticas, e se o Senhor não puder lidar com as dúvidas dos seus filhos, então quem somos nós para guardar os nossos? Saramago transforma a velha história em um debate sobre moralidade, justiça e, claro, a eterna relação entre pais e filhos. Em um mundo onde a provocação é válida, lembramos que mesmo as questões mais difíceis de serem respondidas têm o seu lugar no céu.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.