Resumo de A ilha: Um repórter brasileiro no país de Fidel Castro, de Fernando Morais

Explore a narrativa envolvente de Fernando Morais em A Ilha, que revela a realidade cubana sob Fidel Castro de forma humorada e reflexiva.

Em A ilha: Um repórter brasileiro no país de Fidel Castro, o autor Fernando Morais nos leva a uma viagem crônica e, por que não, cheia de uma pitada de humor, ao enigmático cenário cubano sob a batuta do comandante Fidel Castro. Prepare-se para uma combinação de reportagem jornalística e doses de crise existencial, com direito a um bom olhar sobre a revolução que, entre um dilema e outro, trouxe mais perguntas que respostas.

O autor, que é o próprio repórter brasileiro metido a aventureiro, não faz rodeios. Ele chega em Cuba mais parecendo um peixinho fora d'água, mas logo se ambienta e começa a desbravar a ilha do socialismo. A narrativa é rica em detalhes e repleta de personagens excêntricos que dão vida ao dia a dia cubano. Morais nos apresenta desde os avidamente simpáticos cubanos casados com a realidade dura e, muitas vezes, trágica de se viver sob um regime autoritário, até os mais apáticos, que vão levando a vida como nas novelas da TV, só que com menos glamour.

Um dos pontos altos do livro é a descrição das curiosidades e peculiaridades da sociedade cubana, que mistura a beleza das paisagens tropicais à realidade de um povo que, por mais revolucionário que fosse, não consegue escapar de um certo toque de ironia. O autor descreve com muita classe as interações culturais, a arte e a música que permeiam o cotidiano de Havana. Afinal, alguém precisa fazer as pessoas dançarem, mesmo que seja apenas para se esquecer das privações!

Ao longo da leitura, somos guiados por momentos que, se não fossem assustadores, seriam hilários. Desde as visitas a praças onde a população se reúne para discutir a Revolução até as conversas informais em cafés, onde se debatem teorias conspiratórias. Estes momentos vão rendendo histórias que vão além das fronteiras de Cuba, mostrando a interconexão do mundo em que vivemos.

Morais também não perde a oportunidade de criticar a política de Fidel, mostrando um lado que a mídia frequentemente ignora: a humanização do povo cubano. Com seus dramas e esperanças, os cidadãos se tornam o verdadeiro foco das reflexões, revelando um retrato mais complexo do que a simples categorização de "bom ou mal". E claro, essa abordagem se dá com um leve toque de deboche, porque se a vida é uma comédia, não vemos motivos para não dar boas risadas.

Ao final da leitura, não podemos ignorar como Morais faz questão de nos deixar à prova da compreensão: Cuba é um microcosmo de dilemas universais. E aqui vai um alertinha de spoilers: o autor não dá uma solução mágica ou um final feliz, mas abre espaço para o leitor refletir sobre o que é realmente viver em um lugar onde a liberdade é uma palavra bonita, mas cuja prática pode ser um verdadeiro desvio de norma.

E para quem gosta de uma boa reflexão sobre política, cultura e vida sob um regime controverso, A ilha é um convite irresistível a embarcar numa jornada que faz você querer avaliar a realidade que também se apresenta por aqui. Afinal, a vida é uma grande ilha cheia de mistérios, e, como Morais bem nos lembra, a fidelidade em um mundo em transformação pode ser mais complicada do que se imagina.

Ana Bia

Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.