Resumo de Açúcar: Em Torno da Etnografia, da História, e da Sociologia do Doce no Nordeste Canavieiro do Brasil, de Gilberto Freyre
Explore a obra Açúcar de Gilberto Freyre e descubra como o doce moldou a história e sociedade do Nordeste brasileiro, entre doçura e crítica social.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Ah, o açúcar! Essa preciosidade branquinha que adoça nossas vidas e, convenhamos, a história do Brasil. Gilberto Freyre traz uma reflexão doce (e não, não é trocadilho) sobre a produção açucareira no Nordeste, decifrando todo um contexto social e econômico que vai muito além da panela de brigadeiro.
Freyre inicia sua narrativa mergulhando na história da cana-de-açúcar, a planta que se tornou o símbolo do desenvolvimento econômico na região. O autor discorre sobre as origens humildes do açúcar, desde os engenhos de açúcar do período colonial até seu status de protagonista na economia nordestina. Ele menciona como os portugueses, por razões que apenas o coração e a ambição podem explicar, trouxeram essa dulçor para nossas terras, proporcionando um verdadeiro espetáculo de exploração e reconstrução social.
Ao longo do livro, Açúcar não fica apenas na superfície açucarada da doçura, mas explora as relações sociais e culturais envolvidas na produção desse produto. De uma forma quase nostálgica, Freyre nos apresenta as relações entre senhores e escravizados, envolvendo-se em questões de classe e a formação da identidade nordestina. E, apesar do tema sério, não dá para deixar de notar uma pitada de ironia ao lembrar como o açúcar se tornou tanto um símbolo de riqueza quanto um agente da exploração.
O autor também realiza um papel etnográfico, observando como o açúcar não é apenas uma commodity, mas parte da cultura e do cotidiano. Quase como uma festa, a forma como ele se entrelaça nas tradições, na culinária e nas interações sociais dos nordestinos é analisada. Se o açúcar adoça a vida, ele também esconde amarguras e desigualdades, o que faz com que a obra de Freyre se torne um verdadeiro doce com recheio de questões sociais.
Uma das partes mais intrigantes do livro é quando Freyre se aventura na comparação de diferentes culturas açucareiras ao redor do mundo. Ele contrasta o Nordeste Brasileiro com o Caribenho e, como um true crime, revela os segredos por trás da cana-de-açúcar em outros locais, mostrando que, em praticamente todos os casos, o sucesso do açúcar vem acompanhado de uma história amarga de exploração.
Claro que, como todo bom doce, Açúcar não é isento de críticas. Freyre não escapa da armadilha do próprio discurso, permitindo que a complexidade da relação entre açúcar, sociedade e economia se desenrole ao longo da obra, revelando não só a riqueza da cana, mas também a miséria que pode acompanhá-la.
Então, amigos, se você quer entender como o açúcar moldou o Nordeste brasileiro e suas nuances sociais, econômicas e culturais, Açúcar: Em Torno da Etnografia, da História, e da Sociologia do Doce no Nordeste Canavieiro do Brasil é uma leitura obrigatória. Porque, afinal, quem não quer um pouco mais de doçura (ou de crítica social) na vida?
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.