Resumo de Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente
Mergulhe na crítica social e humor ácido de Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente. Entenda como as escolhas moldam o destino dos personagens.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Ah, Auto da Barca do Inferno! Um clássico do dramaturgo português Gil Vicente que, se estivesse vivo hoje, com certeza teria uma conta bombada no Twitter, recheada de críticas sociais e humor ácido. Escrito no início do século XVI, essa peça é um verdadeiro desfile de personagens que vai fazer você rir e refletir, tudo ao mesmo tempo - e com o bônus de ser uma obra com ares de comédia de costumes.
A trama é simples, mas eficaz: logo de início, somos apresentados a um cenário muito peculiar: duas barcas, uma destinada ao Inferno e outra ao Paraíso. É como se Gil Vicente decidisse organizar uma festa de despedida onde todos os convidados devem escolher para onde ir - mas aqui, "o que vai, vai direto" e "quem fica, fica sem saber". Essa escolha define o destino de cada personagem, e acredite, as histórias são de chorar de rir (ou de pena, dependendo do personagem).
Enquanto uns moradores da terra estão se arrastando por alianças, mentiras e hipocrisias variadas, eles se deparam com uma série de figuras caricatas que representam o melhor e o pior da sociedade. Temos o Fidalgo vaidoso, que quer ir para o Paraíso, não porque é virtuoso, mas porque tem um ego tão grande que ocupa o lugar de duas pessoas; o Pobre, que só queria um descanso depois de tanta labuta, e a Morte, que está mais para uma amiga inconveniente que aparece nos momentos mais inoportunos.
Os diálogos são repletos de ironias e críticas sociais, com Gil Vicente colocando a boca no mundo e expondo as falcatruas dos poderosos e a vida sofrida dos menos favorecidos. E, sim, isso meio que soa familiar nos dias de hoje, porque a hipocrisia não tem data de validade!
E como se não bastasse, a peça é um "fogo no parquinho" de moralidades, onde os personagens se embrenham na confusão de suas próprias escolhas e julgamentos. Cada um carrega seus pecados e ilusões, em uma espécie de "Quem é você na fila do pão do além?" e isso nos leva a uma reflexão bem interessante sobre a nossa própria vida e escolhas.
Mas cuidado, spoiler na área: a peça termina com uma reviravolta que poderia ser o título de um reality show: "E aí? Você vai pra onde?". Aqueles que se acham os fodões acabaram dançando conforme a música, e a verdadeira moral da história? No final das contas, quem não se despediu de suas falhas, acaba subindo na barca errada.
Em resumo, Auto da Barca do Inferno é uma janela para a sociedade do século XVI, cheia de críticas pertinentes que, 500 anos depois, ainda fazem todo o sentido. Uma verdadeira viagem de barco (e, convenhamos, quem não gosta de um cruzeiro com um pouco de drama e comédia?) que nos conta que se a vida é uma escolha, o resultado pode ser um verdadeiro show de horrores ou um final feliz.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.