Resumo de A Casa de Papel, de Carlos Maria Dominguez
Mergulhe nas páginas de 'A Casa de Papel' e descubra como a narrativa de Carlos Maria Dominguez reflete sobre memória e a relação com livros.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Ah, A Casa de Papel! Não, não estou falando da série que fez os espanhóis desfilarem com máscaras de Salvador Dalí na rua. Em vez disso, vamos mergulhar nas páginas desse livrinho de apenas 90 páginas, onde o autor, Carlos Maria Dominguez, nos apresenta uma narrativa que mais parece uma obra de arte em papel do que um manual para assaltos.
A história começa com uma pegadinha literária. O protagonista, que não é exatamente um ladrão, mas o título nos engana, até porque "casa de papel" é mais uma referência a um lugar onde segredos são guardados - assim como nossos pais escondem o chocolate bem alto da nossa vista quando somos crianças. A Casa em questão é bem mais metafórica e menos explosiva, mas promete uma viagem com elementos sutis, como livros, papel e a relação que temos com eles.
Dominguez nos leva a refletir sobre as bibliotecas que carregamos dentro de nós. Isso mesmo, queridos leitores, enquanto você achava que só carregava os traumas da infância e as contas a pagar, na verdade, tem uma biblioteca inteira emprestada para sua mente! A narrativa se desdobra entre o desejo de preservar a palavra escrita e a inevitabilidade do tempo que, claro, não tem dó nem piedade - e o resultado é uma bela crítica à nossa dependência do papel, assim como temos dependência do Wi-Fi.
Ao percorrer a história, somos também apresentados a personagens fascinantes, que me lembrou, por algum motivo inexplicável, da família que se reúne na ceia de Natal e que discute sobre o que é mais importante: a herança dos livros ou a herança do bem viver. A verdade é que a casa, com todos os seus segredos e poeira acumulada, se torna um símbolo da passagem do tempo e das histórias que perdemos pelo caminho. Spoiler: não, não há assaltos a bancos, mas uma pilha de livros à espera de serem lidos!
No desenrolar da narrativa, Dominguez provoca uma reflexão sobre o que é realmente nosso e o que, por tabela, acaba se perdendo na jornada chamada vida. A relação de amor e ódio que temos com as palavras e as histórias que não contamos, mas sabemos de cor na palma da mão.
Lá pela metade do livro, prepare-se para um choque de realidade. A Casa de Papel não é só sobre papel, é sobre a fragilidade da memória e a maneira como somos moldados pelas histórias que lemos e deixamos de ler. Você pode até se sentir como um ladrão de histórias, levando consigo aquelas que lhe entram pela mente e nunca mais saem. Cuidado: spoilers à vista! O livro termina com a inevitável certeza de que a verdadeira 'casa de papel' não fecha suas portas - e que as histórias que vivemos não são raptadas, mas sim se tornam parte do que somos.
Em suma, A Casa de Papel de Carlos Maria Dominguez é uma leitura que nos dá uma tapa na cara do realismo e nos faz repensar o papel que temos em nossas próprias narrativas. E, sim, é bem melhor do que apenas assistir a uma série de assaltos - a não ser que você esteja muito a fim de drama, ação e reviravoltas. Aqui, a única ação é a de refletir sobre a vida.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.