Resumo de Ousar Lutar. Memória Da Guerrilha Que Vivi, de José Roberto Rezende
Mergulhe na memória de José Roberto Rezende em 'Ousar Lutar'. Uma narrativa impactante sobre guerrilha, idealismo e as consequências da luta por liberdade.
domingo, 17 de novembro de 2024
Prepare-se para uma viagem insana pela memória de quem viveu o Brasil em um tempo em que "revolução" era a palavra de ordem e o mais próximo de uma selfie era um cartaz da luta armada! Em Ousar Lutar. Memória Da Guerrilha Que Vivi, José Roberto Rezende nos conta como é estar no olho do furacão da guerrilha, armando-se de muito mais que armas: coragem e histórias que fazem a gente rir e chorar (e também ficar perplexo).
O livro funciona como um mergulho em seus dias de ativista, com Rezende não apenas narrando sua trajetória, mas também refletindo sobre as consequências de suas ações e as amplas discussão sobre a política da época. Portanto, a primeira parada dessa jornada: como-tudo-começou. Aqui, Rezende narra como ele e seus companheiros foram seduzidos pela ideia de mudança - e não estou falando de uma mudança de decoração, mas de uma verdadeira revolução. Ele nos apresenta o enredo da década de 1960, com os ventos da luta por liberdade soprando forte, naquilo que muitos chamam de "a melhor época para ser idealista". Ou seriam os melhores memes? (Infelizmente, memes ainda não existiam).
Uma das partes mais marcantes é quando Rezende fala sobre a entrada na guerrilha. Ele não só se junta ao grupo, como também entra de cabeça no ideal revolucionário, aceitando o que vem pela frente - e, acreditem, não eram só flores. O autor não hesita em narrar os combates, as estratégias, e as deliciosas (ou horripilantes) peripécias que a vida clandestina proporciona. Entre fugas, encontros secretos e a adrenalina a mil, temos uma obra que é um verdadeiro filme de ação da "vida real" - e com certeza não é recomendado para quem tem um coração frágil.
À medida que a narrativa avança, Rezende dá uma pausa para crítica e reflexão. Ele aborda âmbitos não só das batalhas físicas, mas as mentais e emocionais que a guerrilha traz. E, sim, prepare-se para alguns spoilers emocionais. Afinal, a vida de guerrilheiro não é só glamour e honra - há também derrotas, traições e a eterna busca por um sentido em meio ao caos. Um verdadeiro "as flores também morrem" da luta.
A parte que mais pegou o leitor de surpresa foi quando Rezende fala sobre como o ideal revolucionário pode ser uma faca de dois gumes. As ideologias que apaixonam podem, em um piscar de olhos, se transformarem em pesadelos. Aqui, ele traz experiências que questionam: até onde você iria por uma causa? Tem certeza que essa é a causa certa? Aqui reside o drama.
No desfecho, o livro não nos dá uma resposta 'mágica' para o que é lutar ou mesmo o que é libertar. O autor se despede deixando no ar aquele gostinho de "é, a vida vai e volta", usando suas vivências para nos provocar um pensamento profundo: será que a luta valeu a pena?. E a resposta? Ah, meu amigo, isso fica para você refletir após ler essa obra.
Então, o que fica dessa jornada? Além de um monte de informações sobre guerrilha, um punhado de reflexões profundas e até algumas risadas, Ousar Lutar é um tapa na cara e um convite para questionar a nossa própria resistência. Agora, se essa resistência incluir encarar a ditadura e a luta armada é com você! O importante é que a leitura compensa e tanto, porque além de ajudar a história a não ser esquecida, você acaba de ganhar uma série de histórias de resistência e de como a luta é (ou não) um caminho para a liberdade.
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.