Resumo de Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, de Mário de Andrade
Mergulhe na história de Macunaíma, o anti-herói sem caráter de Mário de Andrade. Uma obra que reflete o Brasil com crítica e humor. Confira!
domingo, 17 de novembro de 2024
Se você acha que ser um "herói sem nenhum caráter" é uma qualidade para se colocar no currículo, você nunca leu Macunaíma. Neste livro, Mário de Andrade nos apresenta a história de um anti-herói que poderia muito bem ser o cara que perde todas as partidas de truco, mas tem um sorriso encantador. Macunaíma é o próprio espírito do Brasil, e isso não é necessariamente algo bom ou ruim; na verdade, é uma salada mista de tudo isso, servida sem a menor cerimônia.
A narrativa começa em um lugar cheio de folclore e muito Brasil, mas sem GPS! Macunaíma, o personagem principal, nasce em plena floresta amazônica, e é aqui que já temos um primeiro indicativo de seu caráter vagabundo: ele é, na verdade, um "eh, tanto faz!" em forma humana. Com uma vida cheia de prazeres, ele não se preocupa muito com suor ou esforço. "Por que trabalhar se a vida é tão curta?", parece ser seu lema.
Após um breve período de vida idílica na floresta, nosso herói enfrenta o primeiro grande problema: a perda de sua "mágica" muiraquitã, um amuleto verde que, supostamente, traz sorte. Como todo bom anti-herói, ao invés de ir atrás de sua sorte, ele decide pegar um ônibus - ou seria um barco? - e sair em busca de suas aventuras. Aqui, encontramos outra característica essencial de Macunaíma: ele tem sempre uma desculpa na ponta da língua e uma luta bem mais interna do que externa.
Enquanto passeia pelo Brasil, nosso personagem não aprende muito e faz amizade com toda sorte de figuras estranhas, que representam as diversas facetas da cultura brasileira. Ele encontra desde índios até um monte de gente que, sinceramente, não tem nada a ver com a história, mas está lá para garantir que a narrativa continue. Isso é Macunaíma: um desfile de personagens, uma verdadeira confraternização de tipos que, se fossem colocados em um reality show, facilmente ganhariam o prêmio de "mais excêntricos".
E, se você acha que Macunaíma encontrará um propósito, prepare-se para mais uma de suas escapadas sem compromisso. Os encontros com o sobrenatural, um humor que mistura o absurdo e a tragédia, e eventos que parecem saídos de um sonho muito louco, culminam na sua busca por um propósito que nunca aparece. A história toma uma virada (talvez um daqueles giros de novela) quando ele enfrenta a figura do anti-herói, o gigante que pode ser interpretado como uma crítica ao colonialismo e à opressão.
Mas, atenção, spoiler alert! No final, Macunaíma morre, mas não pense que isso traz um fechamento bonito para a história. Ele simplesmente "desaparece", como um personagem que não tem nem mesmo a decência de fazer uma despedida adequada. A vida de Macunaíma é tão sem caráter que ele não se dá nem ao trabalho de se despedir, como se também estivesse dizendo: "tá tudo certo, né?"
Macunaíma, o herói sem nenhum caráter é um retrato do Brasil em forma de literatura, uma obra onde o humor e a crítica social se entrelaçam de forma surpreendente e, muitas vezes, desconcertante. Se você ainda não leu, corra para garantir seu lugar ao sol na literatura brasileira e prepare-se para abraçar o "não" compromisso do nosso herói. Afinal, quem precisa de caráter quando se tem sabor e um pouco de Brasil na veia?
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.