Resumo de A Cidade e as Serras, de Eça de Queirós
Embrenhe-se na crítica bem-humorada de Eça de Queirós em 'A Cidade e as Serras', onde a simplicidade do campo transforma a vida de Jacinto.
domingo, 17 de novembro de 2024
Era uma vez, em um tempinho em que as pessoas ainda achavam que a vida nas grandes cidades era a melhor coisa do mundo (spoiler: não é), um jovem chamado Jacinto, um verdadeiro príncipe do capitalismo e da tecnologia. Ele, habitante das metrópoles repletas de barulho, fumaça e estresse, vive em Paris, cercado de coisas chiques e modernas. A realidade é que Jacinto não sabe o que é um pé de alface ou como a natureza se parece, mas está cheio de ideias sobre como a vida deve ser maravilhosa na cidade grande. É quase uma paródia do "felizes para sempre" moderninho.
Eça de Queirós, o autor que vivia entre críticas sociais e ironias afiadas, nos apresenta Jacinto como um ser humano bem desligado da essência da vida. Até que, em uma reviravolta digna de novela das seis, ele descobre que o seu avô, que estava se escondendo no campo, deixou uma bela herdade na serra. E como todo personagem que se preze, Jacinto vai visitar essa receita de tranquilidade, como quem vai a um spa.
Lá na serra, ele se depara com um mundo bem diferente. O cheiro do mato, as galinhas cacarejando e a vida simples - tudo que um maníaco urbano como ele poderia imaginar que seria um verdadeiro tédio. Mas como a natureza é sábia (ou, quem sabe, um pouco sarcástica), aos poucos ele começa a se apaixonar pelas pequenas coisas: um canto de passarinho aqui, uma colheita de batata ali. É, meu amigo, a vida no campo não é só trabalhar em um escritório chique e tomar café expresso.
As aventuras de Jacinto são uma verdadeira montanha-russa de descobertas. Ele deixa de lado seu paletó e gravata e se despede dos excessos da vida urbana para abraçar a simplicidade rústica. Sabe aquele momento em que você percebe que não precisa de uma cidade cheia de luzes para ser feliz? Pois é, Jacinto passa por isso, e de forma bem cômica! Ele se transforma, fazendo amizade com os poucos moradores da região, que possuem a sabedoria ancestral de quem sabe viver. E quem diria que essa galera simples tinha tanto para ensinar!
Claro que, como toda história, há desafios. Jacinto enfrenta seus próprios demônios - como sua vida "perfeita" na cidade e a pressão dos amigos que não entendem como ele pode ter trocado um apartamento luxuoso por um campo cheio de ervas daninhas. Mas, no fundo, ele sabe que a verdadeira liberdade está no cantar dos pássaros e não no eco da publicidade.
E assim, de forma bem humorada, Eça de Queirós nos presenteia com essa obra que não só nos faz rir, mas também nos provoca a pensar sobre o que realmente importa na vida. Por isso, se você estiver afim de uma deliciosa crítica à vida moderna e um convite à desaceleração, A Cidade e as Serras é a pedida certa!
Ao final, Jacinto não se transforma em um guru da natureza, mas aprende a vivenciar a vida de forma muito mais plena, mostrando que felicidade pode ser feita de coisas simples, como uma batata recém-colhida. E quem diria que os traumas urbanos poderiam ser deixados de lado em prol de uma vida que, afinal, vale muito mais a pena viver?
Ana Bia
Resumo clássicos e best-sellers com pitadas de humor e leve deboche. Meu objetivo? Transformar grandes obras em resumos fáceis de entender. Entre capítulos e risadas, faço você se sentir expert na próxima roda de conversa literária.