Cante lá que eu canto cá
Filosofia de um trovador nordestino
Patativa do Assaré
RESENHA

Cante lá que eu canto cá: Filosofia de um trovador nordestino não é apenas um livro; é um grito da alma nordestina, uma ode à luta e à beleza em meio à aridez do sertão. Patativa do Assaré, com sua poesia singela e repleta de profundidade, tece versos que reverberam como ecos de uma identidade rica e multifacetada. Ao folhear este livro, você se vê imerso em um mar de emoções, onde cada estrofe carrega consigo a essência de um povo que canta suas dores e esperanças.
A obra é um presente da lida e da labuta, transbordando a filosofia de um trovador que viveu cada linha que escreveu. Patativa, que nasceu em 1909 e teve uma vida marcada por desafios, reflete nas suas palavras a sabedoria adquirida nas adversidades. O seu olhar aguçado para o cotidiano, a persistência em manter vivas as tradições da sua terra, e a forma como ele aborda temas como a seca, a desigualdade e a fé são elementos que fazem com que o leitor não apenas leia, mas sinta cada verso.
A forma divertida e irônica com que Patativa aborda temas pesados provoca risos e lágrimas numa mesma página. "A vida é como um cordel", poderíamos dizer, onde o trágico e o cômico dançam juntos em um bailado ininterrupto. Com sua genialidade poética, ele não apenas narra seu mundo, mas convida o leitor a refletir sobre o seu, fazendo com que você questione as verdades que lhe foram impostas. Se você acha que sua realidade é estável, prepare-se para ser balançado por essa leitura impactante.
Entretanto, o que dizer das vozes dos leitores? Opiniões divididas emergem nas redes e em encontros de saraus, algumas celebrando a arte ribombante de Patativa, enquanto outras, mais críticas, vêem sua obra como uma visão limitada do que é ser nordestino. Contudo, a magia do autor reside, exatamente, na capacidade de provocar reações, incomodar e, acima de tudo, engajar. As críticas contrastantes apenas confirmam o impacto que suas palavras têm em quem as lê e as experimenta.
Nos tempos em que vivemos, onde as identidades culturais estão frequentemente à mercê das pressões globais, Cante lá que eu canto cá se destaca como um farol a guiar quem busca entender a riqueza da cultura brasileira. O universo vibrante do sertão, com seus rituais, suas músicas e suas dores, ganha vida através da pena de Patativa, transformando cada verso em um convite a uma reflexão profunda sobre a resistência e a celebração da vida.
A jornada que você começa ao abrir este livro é palpável; você dança ao som dos cordéis, sente o calor do sol nordestino e, por um momento, se torna parte daquela comunidade de trovadores. É impossível não se sentir compelido a cantar junto, a integrar-se à sinfonia da luta e da esperança. Os ensinamentos de Patativa ecoam em cada coração que se permite ouvir: são lições de vida que transcendem o tempo e o espaço.
Não perca a oportunidade de se deixar levar por esta experiência única. Ao final da leitura, você provavelmente não será a mesma pessoa. A arte de Patativa não é apenas uma reflexão; é um poderoso chamado à ação e à consciência. Então, que tal se juntar a este coro e fazer parte dessa filosofia tão genuína e transformadora? 🎶✨️
📖 Cante lá que eu canto cá: Filosofia de um trovador nordestino
✍ by Patativa do Assaré
🧾 384 páginas
2013
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