Carol
Patricia Highsmith
RESENHA

Carol, de Patricia Highsmith, não é apenas um romance; é uma flecha no coração da sociedade conservadora da década de 1950. O enredo envolve um amor proibido intenso que se desenrola entre Therese, uma jovem fotógrafa em busca de sua identidade, e Carol, uma mulher sofisticada em processo de separação. Essa relação, repleta de nuances e tensões, não apenas desafia as regras da época, mas também nos convida a explorar os recantos mais profundos do amor, da solidão e da luta por autenticidade.
Ao mergulhar na prosa hipnotizante de Highsmith, somos transportados para um mundo onde os sentimentos são pesados, quase palpáveis. Não se trata apenas de duas mulheres apaixonadas, mas da representatividade de uma geração que lutava contra normas opressoras e expectativas sufocantes. Carol se torna um grito de liberdade, um manifesto que ecoa com a dor e a alegria do amor que desafia as convenções sociais. É nesse contexto que a obra se destacava na literatura, influenciando escritores e artistas ao longo das décadas, como o cineasta Todd Haynes, que adaptou o livro ao cinema em 2015, amplificando sua mensagem atemporal.
Os leitores frequentemente se veem navegando por um mar de emoções ao longo das páginas. As críticas não se fazem ausentes; muitos ressaltam a profundidade psicológica das personagens, que Highsmith profissionalmente constrói com sutilezas, criando arcos dramáticos que levam a reflexões sobre identidade e desejo. Porém, há quem considere o ritmo da narrativa um tanto lento, reclamando do desenvolvimento do enredo. Essa dualidade nas opiniões evidencia como a obra consegue provocar reações intensas, refletindo a complexidade da afeição entre as personagens.
Neste universo, Highsmith seduz o leitor com descrições vívidas e diálogos insidiosos que voam como agulhadas - inesperadas e dolorosas. O amor entre Therese e Carol não é apenas um desenvolvimento romântico, mas um campo de batalha repleto de decisões difíceis e consequências implacáveis. A autora, em sua habilidade magistral, empurra o leitor a sentir o peso da repressão, da culpa e o êxtase da descoberta da libido, levando a um clímax emocional que deixa marcas.
Carol nos obriga a repensar o que é o amor e como ele pode florescer, mesmo em solo árido. É uma obra que fala com uma voz ressonante, encorajando a autenticidade absoluta em um mundo que frequentemente impõe máscaras. Assim, a história não é apenas uma reflexão sobre os anos que a precederam, mas um epítome de uma luta contínua pela verdade no amor e na vida.
Nada menos que uma explosão de sensações! Ao fechar o livro, você não pode deixar de se sentir compelido a revisitar suas próprias experiências e valores. Afinal, Carol é um convite irrevogável à empatia e compreensão. Na jornada de amor entre duas mulheres, Highsmith cria um espelho que nos reflete não apenas o amor, mas a condição humana em sua plenitude e complexidade. Não há como escapar; essa leitura é mais do que um capricho literário: é uma necessidade visceral.
📖 Carol
✍ by Patricia Highsmith
🧾 304 páginas
2006
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