Ceuci, a mãe do pranto
Cristino Wapichana
RESENHA

Em uma narrativa onde a dor transcende o lamento e a resistência se ergue contra a adversidade, Ceuci, a mãe do pranto, de Cristino Wapichana, emerge como uma obra que não apenas encanta, mas também provoca profundas reflexões sobre o papel da mulher em sociedades marcadas pelo sofrimento e pela luta cotidiana. Este pequeno grande livro, com suas páginas imbuídas de significados densos, não é mera literatura; é um grito profundo e ressoante sobre a experiência feminina no contexto indígena, uma jornada que nos convoca a ouvir as vozes que se entrelaçam entre a tradição e a modernidade.
Wapichana, um autor de origem Wapichana, traz para suas páginas a essência de um povo que carrega no peito as histórias de resistência e dor. Através de Ceuci, somos apresentados a uma mãe cuja vida é feita de prantos e desafios, mas também de superações e amor incondicional. Aqui, a escrita se torna um ato de coragem, um manifesto para aqueles que ainda se calam diante da opressão. O autor desenha um retrato não só da maternidade, mas da luta diária de todas as mulheres que permanecem firmes diante das tempestades da vida.
Quando lemos Ceuci, a mãe do pranto, somos levados a mergulhar na cultura indígena com um olhar respeitoso e curioso. A obra não se limita a contar histórias; ela faz um convite ao leitor. E que convite! Através de uma linguagem poética e contundente, Wapichana ensina que o pranto pode ser um ato de resistência, uma expressão de força que ecoa por gerações. As opiniões dos leitores reverberam essa ideia; muitos relatam que a leitura despertou neles uma empatia palpável e uma consciência crítica mais aguçada. As críticas, por outro lado, encontram um espaço para contemplar a necessidade de dar voz a histórias que frequentemente são silenciadas no mainstream.
Através do olhar atento e sensível de Wapichana, a obra se transforma em uma arma: uma ferramenta de conscientização, um chamado à ação. O leitor se vê interpelado a entender a complexidade da vida indígena, muitas vezes reduzida a estereótipos ou invisibilizada por um sistema que não a compreende.
Voltando-se para o contexto em que a obra foi criada, é inegável que as narrativas indígenas, sempre marginalizadas, enfrentam um novo momento de resgate e valorização. O ato de contar suas histórias não é apenas um desejo, mas uma urgência necessária para que novas gerações compreendam a riqueza e a profundidade de culturas que resistem ao tempo. Este é o legado que Ceuci, a mãe do pranto nos deixa: um convite para olharmos além das aparências e encontrarmos a humanidade nas experiências alheias.
Portanto, não se trata apenas de ler. Trata-se de deixar que essa obra penetre na sua alma e amplie seu horizonte. Mergulhe nas palavras de Cristino Wapichana e permita-se ser tocado por essa mãe que, com seus prantos, ensina a força que reside na fragilidade. Deixe-se provocar, emocionar e, acima de tudo, mude a sua visão sobre o que é ser mulher, ser mãe e, principalmente, ser humano em um mundo que frequentemente esquece do que realmente importa.
📖 Ceuci, a mãe do pranto
✍ by Cristino Wapichana
🧾 32 páginas
2019
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