Clássicos da Literatura
Memórias Póstumas de Brás Cubas
MACHADO DE ASSIS
RESENHA
"O maior pecado, depois do pecado, é a publicação do pecado." Machado de Assis não apenas escreveu essa frase, mas a corporificou em sua obra-prima, "Memórias Póstumas de Brás Cubas". Eu te convido a conhecer um livro que arrancou a literatura brasileira de um pedestal intocável e a colocou de cara com a ousadia imortal de nossa própria existência. Só um homem como Machado, filho de uma mestiça lavadeira e de um operário ferroviário, poderia te dar uma porrada literária dessa magnitude!
A primeira decepção: Brás Cubas está morto. Sim, morto mesmo! Este é um narrador-defunto que despeja suas memórias sobre ti como quem abre uma ferida para mostrar o pus. E, sim, ele faz isso sem nenhuma parcimônia, com ares de um vade-mecum sombrio, jogando toda a tragédia e comédia humanas sem filtro, sem maquilagem, sem amarras. É uma experiência catártica!
Este livro, publicado originalmente em 1881, é uma das pedras fundamentais da literatura realista no Brasil. Machado de Assis não só esmiúça a alma humana com seu bisturi lírico, como também oferece um espelho para a sociedade da época - um reflexo tão incômodo que poderia perturbar qualquer um. A escravidão, a política corrupta, a hipocrisia social... nada escapa à sua observação afi(r)mada. 😌✨️
Brás, uma figura aristocrática que vem de um Brasil Imperial inflamado por contrastes sociais, nunca trabalhou um dia na vida. Ele leva uma existência fútil, até morrer... Só para te convidar a ver, de camarote, a sua decadência moral e existencial. E o que poderia ser mais irônico do que ele admitir isso abertamente, debaixo de tons e tons de um tom gloriosamente cáustico e afiado?
Mas o choque não para por aí! Machado, esse juggernaut literário, foi o pilar para escritores como Rubem Fonseca e Clarice Lispector. A influência transcendental deste texto chega até os dias atuais, revelando-se atemporal e subversivo mais que nunca.
Críticos questionam o cinismo que embala a narrativa. Estaria Machado reafirmando ou criticando seu protagonista? A resposta está nas entrelinhas, meu caro leitor! Cada capítulo é um tapa, uma reflexão, um desejo de rasgar a própria pele social e se deparar com as entranhas da desigualdade e do narcisismo.
Cada linha, perfurante e lapidar, te convida a refletir sobre os vícios humanos e as vaidades que cultivamos - nos forçando a ver que muitos desses defeitos continuam a pulsar em nossas próprias veias. E, calma aí, leitor: quem sabe ao final das páginas tu não acabas refletindo sobre teus próprios defeitos, teus equívocos e tuas próprias "memórias póstumas"?
Em apenas 40 páginas condensadas nesta edição moderna, esta maravilha nacional desafia a noção de tamanho ao ser um verdadeiro cosmos encapsulado. Machado de Assis, como poucos literatos, te arrebata com uma criatividade que transcende a própria contemporaneidade. Você sentirá raiva, ressentirá, rirá e, possivelmente, chorará - tudo ao mesmo tempo!
"Memórias Póstumas de Brás Cubas" não é apenas um livro, é uma revolução em papel, um manifesto da alma humana, uma dissecação da tua própria consciência! 🍃 Perder esta experiência é perder uma chance de compreender não apenas um pouco da era de Machado, mas de te conhecer em profundidade.
Se os céus existem para te inspirar, nesta obra, o inferno é um palco necessário onde todos nós atuamos - e, claro, rimos e choramos do alto da latitude literária machadiana. Prometo que ao término destas memórias, as tuas próprias ganharão outro sabor.
📍 Embarque nessa jornada póstuma e prepare-se: você jamais olhará para a vida da mesma maneira.
📖 Clássicos da Literatura: Memórias Póstumas de Brás Cubas
✍ by MACHADO DE ASSIS
🧾 40 páginas
2021
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