Conversa em Sol Menor. Memórias Recolhidas
Gustavo Corção
RESENHA

Gustavo Corção, um dos mais instigantes pensadores de nossa literatura, abre uma janela para o íntimo humano em Conversa em Sol Menor. Memórias Recolhidas. Ao longo de suas 542 páginas, ele não apenas registra a memória, mas tece com maestria um painel de reflexões que ecoam a complexidade da alma humana. É um convite sem precedentes para mergulhar em um labirinto de sentimentos e pensamentos, onde cada página se transforma em um mergulho profundo na própria existência.
A obra é um exercício de introspecção. Cada memória revisitada por Corção é como uma nota musical, ressoando numa sinfonia de experiências que desafiam a linearidade do tempo. O autor não se limita a relatar; ele provoca, instiga e faz você sentir. Lembra-se de momentos que marcaram sua vida? O autor nos obriga a revisitar esses instantes, a refletir sobre os caminhos já trilhados e as escolhas que nos moldaram. O que isso significa para você? Que tipo de conversas você teria com seu eu interior?
E aqui está o ápice da obra: a dualidade da memória. Corção nos faz perceber que as lembranças são como uma lente distorcida; por mais que tentemos encarar o passado com clareza, as sombras da emoção podem escurecer a visão. Os leitores reagem a isso de maneiras diversas. Alguns encontram consolo nas palavras, outros se irritam com a forma como o autor joga luz sobre os cantos escuros da existência. É essa polaridade que torna a leitura de Conversa em Sol Menor uma experiência única e, muitas vezes, controversa.
Você não pode deixar de sentir a carga emocional que Corção insere em cada frase. Sua prosa é rica, cheia de metáforas que cortam como uma lâmina, e provoca a urgência de refletirmos sobre nossa própria trajetória. Ao mesmo tempo, é uma leitura que pode despertar desconforto, fazendo com que muitos leitores se questionem sobre suas próprias decisões e lembranças. É aí que reside o poder dessa obra: ela é um espelho que reflete não apenas a vida do autor, mas a vida de todos nós.
A recepção de Conversa em Sol Menor é tão polarizada quanto suas memórias. Alguns leitores exultam a profundidade da introspecção, enquanto outros criticam o tom melancólico e denso que permeia as páginas. As opiniões variam entre aqueles que se sentem inspirados a se aprofundar na própria história e os que se sentem oprimidos pela carga emocional. O que a obra desperta em você? A introspecção ou a aversão?
Entrar na leitura de Corção é como abrir uma porta para um universo multifacetado, onde suas memórias e as memórias de outros se entrelaçam em uma dança contínua. É impossível sair ileso dessa experiência. Deixe-se levar por essa conversa em que cada lembrança é um acorde, e cada emoção é uma nota que toca seu coração. Não permita que o receio de encarar o passado te impeça de explorar essa obra impressionante. Se o passado pode ser uma câmara escura, a luz que você busca para iluminar suas memórias pode estar escondida entre as páginas desse livro. Você está pronto para essa jornada?
📖 Conversa em Sol Menor. Memórias Recolhidas
✍ by Gustavo Corção
🧾 542 páginas
2018
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