Cores proibidas
Yukio Mishima
RESENHA

Cores Proibidas é uma voragem sensorial, uma explosão de emoções que te pega à força e não te solta mais. Yukio Mishima, um dos maiores romancistas do Japão, nos leva a um mergulho profundo na complexidade da alma humana, onde o amor, a dor e a busca por uma identidade se entrelaçam em um enredo que desafia a própria essência da natureza humana.
Neste livro monumental, Mishima tece a história de Kiyoaki Matsugae, um jovem que se debate entre as tradições e a modernidade, entre o desejo e a razão. O pano de fundo é uma sociedade japonesa em transformação, um Japão que ainda luta para encontrar seu lugar em um mundo ocidentalizado. A obra se desenrola em uma narrativa que mescla realidade e simbolismo, revelando o que está por trás das superfícies brilhantes e sedutoras da vida.
À medida que você folheia as páginas de Cores Proibidas, é impossível não sentir o peso das palavras de Mishima. A intensidade das relações humanas é retratada com tamanha habilidade que suas emoções se tornam um reflexo da luta de Kiyoaki. O amor dele por Satoko, uma mulher que é tanto um sonho quanto uma prisão, se transforma em um campo de batalha entre a paixão avassaladora e as expectativas sociais sufocantes. E é nesse embate que você, leitor, se vê arrastado para um turbilhão de sentimentos contraditórios. 💔
As críticas à obra apontam para a riqueza do detalhamento e a prosa poética de Mishima, que se destaca pela beleza e pela complexidade. Contudo, alguns leitores se sentem perdidos nas descritivas elaboradas e na profundidade filosófica que permeia a trama. Mas, ah! É precisamente essa densidade que transforma o livro em uma experiência única. A impressão que fica é a de que você não apenas lê, mas vive, respira e absorve cada nuance do que está sendo narrado.
Historicamente, Cores Proibidas é uma reflexão sobre um período turbulento - o pós-guerra no Japão que, ao mesmo tempo em que lutava para se modernizar, se agarrava às suas tradições milenares. Esse conflito interno é palpável, e a prosa de Mishima se torna um espelho do que se passava no coração do povo japonês, em busca de redescobrir-se.
O autor, considerado um dos grandes gênios da literatura do século XX, não se limitou a escrever ficção. Sua vida, marcada por uma busca incessante pela beleza e pela estética, culminou em um trágico e célebre fim, que ecoou profundamente na cultura japonesa. Ao ler Cores Proibidas, não apenas você desvela a história de Kiyoaki, mas também adentra na mente inquieta de Mishima, que viveu e morreu como um ardente defensor de sua visão estética.
Se você se deixa levar por essa narrativa, prepare-se para uma montanha-russa emocional. Cores Proibidas não é apenas uma história; é um convite a refletir sobre suas próprias cores proibidas, sobre o que na sua vida transborda e, ao mesmo tempo, é reprimido. 🌪
Mergulhe nessa obra e descubra como suas páginas podem ressoar como ecos de um tempo, de uma cultura e da própria condição humana. Não se engane: o que você encontrará em Cores Proibidas irá sacudir suas convicções, provocando não apenas desconforto, mas uma profunda reflexão sobre o que significa ser humano em um mundo repleto de regras, amores e, principalmente, proibições.
📖 Cores proibidas
✍ by Yukio Mishima
🧾 576 páginas
2002
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