Cravo na carne
Fama e fome I faquirismo feminino no Brasil
Alberto de Oliveira; Alberto Camarero
RESENHA

Nos casarões opulentos e nas ruelinhas estreitas do Brasil do início do século XX, um espetáculo inusitado e perturbador vinha à tona para capturar a atenção de homens e mulheres ávidos por entretenimento: o faquirismo feminino. 🔥 Em "Cravo na carne: Fama e fome", Alberto de Oliveira e Alberto Camarero nos conduzem por um terreno movediço onde a linha tênue entre a austeridade e a exibicionismo cru desafia nossos sentidos e nossa percepção de heroísmo.
A obra é um manifestário feroz, uma travessia paradoxal pelas vidas de mulheres extraordinárias, cujo palco era uma cela minúscula ou uma cama de pregos. Se a tua mente está prestes a flutuar, prenda o fôlego! Esta jornada mergulha fundo na fome literal e figurada destas faquires - sim, tu vai ser obrigado a confrontar o que se esconde sob as fachadas lustrosas da aparição pública. 🎭
Alberto e Alberto, numa pincelada de crua criatividade, apresentam uma miscelânea fascinante de relatos, ilustrando como essas mulheres, ao se lançarem num campo realizado quase exclusivamente por homens, romperam muros alheios enquanto também erguiam barreiras internas pessoais. Pode parecer absurdo para alguns, mas imagine Lucia Zarco, a famosa Mulher Animal, fechada num cubículo por dias inteiros, angariando fama e prestígio a cada suspiro doloroso. Tu consegue sentir isso?
O contexto histórico não pode ser ignorado. Durante uma das fases mais dualísticas do século passado, onde a euforia do progresso urbano confrontava a sombra da exclusão social, emergiram essas figuras indomáveis que tocavam o público através do sacrifício pessoal e da imposição física. 📅 Cínico ou fascinado, o leitor é arrastado para um laboratório social onde tudo - sociedade, mídia, moralidade - incuba e transforma através do seu olhar.
Para se espelhar, a obra exibe também como esse fenômeno influenciou vultos e figuras da dramatização teatral e performática moderna, impulsionando movimentos estéticos marginais. Joan Miró e suas pinceladas selvagens, Antonin Artaud com seu teatro da crueldade; surpreendentemente, todos eles beberam desta fonte arrebatadora do faquirismo. 💢 E isso foi apenas uma dentre as muitas repercussões. Essa paradoxal suavidade do monstruosidade é capaz de dilacerar até o mais gélido dos corações.
Se tu estiver pronto... ou não. A crítica dividida dá cor a esse caleidoscópio textual. Alguns leitores glorificaram o estranhíssimo triângulo de fama, dor e espetáculo, enxergando nas páginas uma carta de amor violenta à resiliência. Outros o condenaram de sensacionalismo nauseante, um acumulado patriarcal de morbidez. 💔 Confesso, é difícil for enfrentar de frente as provocações esmiuçadas no livro; mas impossível não fechar a obra sem carregar contigo um sentimento de revolução interna.
Carregado de palavras extraordinárias e vibrações caóticas, "Cravo na carne: Fama e Fome" pode ser o elixir amargo dos insanos ou a ópera da subversão feminina. Desse cenário cravado de dramas e metamorfoses surge uma paisagem fortemente emocional. Tens coragem de desbravar essa narrativa? 🔮 A resposta fala mais sobre ti do que qualquer conteúdo desta obra. E aqui reside toda a mágica.
📖 Cravo na carne: Fama e fome: I faquirismo feminino no Brasil
✍ by Alberto de Oliveira; Alberto Camarero
🧾 308 páginas
2015
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