Dance dance dance
Haruki Murakami
RESENHA

Descrever a experiência de ler "Dance Dance Dance" de Haruki Murakami é como mergulhar em um sonho lúcido. 🌌 Cada página te transporta a um Japão quase palpável, e, ao mesmo tempo, irresistivelmente surreal. 🌠 O protagonista, um jornalista sem nome que leva uma vida cinza e anêmica, é repentinamente sugado por memórias e algo inexplicavelmente perdido. Sente aquela inconformidade? É exatamente isso que Murakami promete exacerbar ao máximo!
A genialidade de Murakami está em sua capacidade quase sobrenatural de transformar traumas silenciosos em enigmas ressonantes, que fazem eco nas profundezas da sua própria alma. A trama parece tecer um complexo tecido de realidade e miragens, onde nossas preocupações cotidianas encontram o universo onírico. 🌀 As fronteiras se desfazem e você, leitor incauto, se encontra em um paradoxo constante: precisa devorar cada capítulo, mas tem vontade de pausar eternamente na charneca de emoções indefiníveis que cada página proporciona.
Entre paisagens geladas de Sapporo e os sons inquietantes que reverberam em quartos de hotéis, há uma misteriosa motivação que te puxa: o contínuo contrato e rompimento de laços. Amizades inefáveis, associações desconcertantes com personagens como Yuki, uma adolescente quase alheia a este mundo, ou Gotanda, um ator tão empolgante quanto perturbador. Eles se entremeiam e lançam um feitiço hipnótico, e você, do outro lado da linha, prestes a abandonar tudo, pois não pode ficar sem saber onde essa dança desconcertante vai te levar.
A escrita de Murakami abala o alicerce de sua racionalidade. 💥 Os diálogos são profundos e, muitas vezes, perturbadores, como esculturas esculpidas na mente, deixando marcas indeléveis. A constante sensação de estarmos às margens de um profundo precipício suspenso entre sonhos e vigília gripará seu coração como um vendaval.
E se eu te disser que a criação nuances perplexas, como o valor onipresente do amor perdido e as sombras do capitalismo desenfreado, também moveu intelectos cautelosos? Escritores e leitores foram profundamente influenciados por "Dance Dance Dance" e, ao mesmo tempo, sentiram o choque dessa modernidade distorcida, que treme debaixo da superficialidade elegante da história.
Haruki Murakami não é apenas um autor; ele é um artesão das suas incertezas deslocadas. Suas obras coagem a classe intocável e rebeldem causistas, incessantemente afiando suas armas argumentativas contra o anseio humano por propósito e recursos de valores reincidentes. E nesta obra, você confronta o próprio espírito intrigante que afunda e quase se dissolve neste maravilhoso estado de hipnose.
Parece que a placidez do "Dance Dance Dance" desenha paralelamente uma caricatura tão evocativa que rememora estranhos diálogos entre os legados de Kafka e Beckett. Cada frase tece, inoportunamente, fios intricados, imprevistos, na dança incessante contra a trivialidade salvifica acadêmica. E é aqui onde você inquestionavelmente se sente absorvido. Não é apenas um livro; é um painel enfeitiçado. É um convite-pesadelo para uma jornada aonde realidade e loucura se desfazem em um abraço triunfante.
Leia "Dance Dance Dance" e ouso prever: os corredores fúnebres dos seus neurônios comemorarão num baile macabro de lucidez e devaneio inconsolável. 😪✨️
📖 Dance dance dance
✍ by Haruki Murakami
🧾 423 páginas
2015
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