De mim já nem se lembra
Luiz Ruffato
RESENHA

A cidade é um personagem à parte em De mim já nem se lembra, de Luiz Ruffato, um apaixonante mosaico de histórias que te leva a percorrer os meandros da alma humana em meio ao caos urbano. Cada página deste livro é uma janela que se abre para o coração pulsante de uma São Paulo repleta de vida, dor e memórias esquecidas. Ruffato, mestre da narrativa visceral, não apenas pinta cenários, mas esculpe a complexidade das relações humanas com palavras que cortam como lâminas.
A trama se desenrola como um grande quebra-cabeça, onde os fragmentos de vidas que se cruzam nos transportam para os dilemas existenciais de cada personagem. O autor habilmente flerta com a solidão e o desejo de conexão, te fazendo mergulhar na luta incessante de indivíduos que, em meio à grande metrópole, parecem ecoar um grito de desespero e esperança. O leitor sente a angústia, a fragilidade e, por vezes, a beleza desses encontros, como se estivesse diretamente na cena, tomando parte na história, compartilhando a dor e a alegria.
Os comentários dos leitores ressaltam como Ruffato transforma o ordinário em extraordinário: "Cada conto é um espelho que reflete a profundidade da solidão moderna", afirma um deles. Outros o descrevem como uma prosa que canta e chora, uma música que ressoa nas mentes e corações daqueles que vivem em constante busca por significado. Mas nem todos são unânimes; algumas críticas apontam que os saltos temporais e a estrutura fragmentada podem confundir, mas talvez essa seja a magia inerente à obra - refletir a própria confusão de uma cidade que nunca dorme.
O que realmente fascina em De mim já nem se lembra é a habilidade de Ruffato em evocar emoções primordiais através de seus personagens multiculturais, que carregam consigo o peso de suas bagagens pessoais. Através deles, somos levados a questionar nossa própria lembrança e o que deixamos para trás. 🌀 A cultura paulista, com sua diversidade, é retratada de forma crua, pois Ruffato não tem medo de expor as feridas e as delícias de um cotidiano multifacetado.
Em tempos de polarização e desconexão, essa obra surge como um lembrete poderoso da importância da empatia e da escuta. ✨️ Reflete a capacidade da literatura de nos aproximar, mesmo quando as ruas estão cheias de estranhos. Este não é só um livro, é um convite à reflexão, um chamado para não apenas olhar, mas ver. O autor nos força a lembrar, a conectar os pontos e a não esquecer que por trás de cada rosto há uma história não contada. Não perca a oportunidade de se perder e se encontrar nas páginas de uma obra que é, ao mesmo tempo, uma viagem e um destino.
📖 De mim já nem se lembra
✍ by Luiz Ruffato
🧾 144 páginas
2016
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