De que é feito o amor entre pais que se batem?
Significados de amor, conjugalidade, papéis de género e violência, em adolescentes expostos/as a violência doméstica
Andreia de Castro Rodrigues
RESENHA

A intricada toada entre amor e violência é um tema que, apesar de sua dureza, nos força a olhar para as realidades que muitos preferem ignorar. De que é feito o amor entre pais que se batem? é uma obra impactante de Andreia de Castro Rodrigues que se aprofunda nos meandros obscuros da violência doméstica, esmiuçando o que realmente significa o amor, a conjugalidade e os papéis de gênero na vida de adolescentes que, de forma trágica, se tornam espectadores e vítimas de um ciclo vicioso.
Rodrigues utiliza seu olhar analítico não apenas para expor os sintomas dessa violência, mas para examinar seus ecos na formação da identidade dos jovens. A voz da autora ressoa com vigor, trazendo à tona as feridas emocionais que a agressão inflige não só nas vítimas diretas, mas também nas gerações subsequentes. O que ocorre quando o amor se transforma em agressão? Os laços familiares, que deveriam ser fonte de proteção e afeto, tornam-se armadilhas de dor e sofrimento. Essa obra não se limita a ser uma análise fria; é um chamado à reflexão ardente que nos obriga a questionar as dinâmicas que perpetuam essa situação.
Os leitores da obra levantam vozes divididas. Para alguns, a profundidade das análises de Rodrigues é um alívio, uma luz em meio à escuridão que muitos homens e mulheres enfrentam em seus lares. Outros, porém, consideram que a autora poderia ter explorado ainda mais algumas nuances da relação entre o amor e a violência, destacando a complexidade por trás de comportamentos muitas vezes rotulados de maneira simplista. As críticas vêm com o peso das vivências pessoal e social, mostrando que a verdade do que se vive em casa nunca é um conto de fadas.
Mergulhar nas páginas dessa obra é como ser forçado a olhar um espelho quebrado que reflete não apenas a fragilidade dos relacionamentos, mas também a brutalidade de um sistema que frequentemente silencia as vozes das vítimas. A exploração das relações familiares, a crítica ao patriarcado e o questionamento dos estereótipos de gênero são incisivos, despertando uma avalanche de emoções que variam entre compaixão e indignação.
O livro é uma jornada que revela que o amor, na sua essência, não deve ser sinônimo de dor. Ao contrário, ele deve ser um porto seguro, onde harmonia e respeito devem prevalecer. Cada passagem escrita por Rodrigues provoca um turbilhão de reflexões sobre a necessidade urgente de desconstruir as narrativas que sustentam a violência. Para quem busca compreender como um ambiente familiar pode descambar em um ciclo de agressões, esta leitura é mais do que recomendada; é uma urgência, um combustível para a mudança.
Se a literatura pode ser um veículo de transformação, De que é feito o amor entre pais que se batem? não é apenas um livro; é um grito em busca de mudança, um convite à empatia e à solidariedade, um chamado para que cada leitor se torne um agente de transformação em suas comunidades. 🌪
📖 De que é feito o amor entre pais que se batem?: Significados de amor, conjugalidade, papéis de género e violência, em adolescentes expostos/as a violência doméstica
✍ by Andreia de Castro Rodrigues
🧾 252 páginas
2017
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