Devoção
Patti Smith
RESENHA

Devoção, de Patti Smith, é um mergulho hipnotizante nas profundezas da alma humana. Mais do que um relato, é um tango entre a memória e a criação, onde a artista e escritora nos convida a experimentar, em cada página, a intensidade da vida. Ao longo de suas 144 páginas, Smith transforma experiências em poesia, e sua voz ressoa como um canto de sereia, convocando você a se permitir sentir.
A obra não é apenas uma biografia, mas um manifesto sobre a arte de amar e o poder da devoção. A autora nos leva a refletir sobre suas relações mais significativas, especialmente com Robert Mapplethorpe, seu amigo e amante, um dos ícones da fotografia contemporânea. A relação deles, marcada por um amor profundo e tumultuado, é uma peça central que desvela as nuances da criatividade e do desejo. Ao revisitar essas memórias, Smith explora o que significa ser vulnerável e forte ao mesmo tempo, um paradoxo que reflete a própria essência humana.
Nesse contexto, a atmosfera vibrante dos anos 70, palco do movimento punk e das vanguardas artísticas, é muito mais do que um cenário. É uma época em que a liberdade de expressão efervescia, e Patti se destaca como uma testemunha ocular e participante ativa dessa revolução cultural, trazendo ao leitor uma perspectiva que transcende gerações. O que Smith compartilha é a fragilidade e a beleza da busca pelo sentido, a incessante questão do que amamos e da forma como amamos.
Ao explorar as opiniões sobre Devoção, notamos um mar de emoções. Para alguns, é uma obra que emociona na medida certa, revelando a dor e a alegria intrínsecas às relações. Outros criticam a narrativa por ser excessivamente introspectiva, quase hermética. No entanto, é precisamente essa profundidade que faz com que muitos leitores se apaixonem pela prosa lírica de Patti. Para alguns, cada frase é um sussurro do próprio coração, um convite ao autoconhecimento.
Se você busca uma leitura que destrói barreiras e desafia suas percepções, Devoção é o seu caminho. Smith te força a confrontar suas próprias devoções, suas próprias memórias, e a tragédia e a beleza que habitam cada um de nós. Ao finalizar a leitura, é impossível não sentir que você também fez parte dessa dança, que se entrelaça em um fio invisível de compreensão e empatia.
Por fim, Patti Smith não nos oferece apenas um relato; ela presenteia o mundo com uma reflexão sobre a condição humana, um convite a abraçar a vida com todas as suas dores e delícias. A arte transcende, é a forma que encontramos para deixar nossas marcas no mundo, e em Devoção, Smith nos lembra que amar é, em última análise, a maior devoção que podemos ter. É o tipo de leitura que, após virar a última página, deixa um eco dentro de nós, e uma pergunta suspensa: qual é a sua devoção?
📖 Devoção
✍ by Patti Smith
🧾 144 páginas
2019
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