Dois regimes de loucos
Textos e Entrevistas (1975-1995)
Gilles Deleuze
RESENHA

Em Dois regimes de loucos: Textos e Entrevistas (1975-1995), Gilles Deleuze não apenas desvela as complexidades da mente humana, mas também provoca uma reflexão visceral sobre a loucura que permeia a sociedade. Este livro não é uma mera coleção de ensaios; é um grito ensurdecedor, um convite a explorar os labirintos obscuros da psique e a compreender a realidade sob um prisma inovador e perturbador.
Ao longo de 448 páginas, Deleuze, em diálogo constante com influências que vão desde o existencialismo ao surrealismo, desafia normas e questiona verdades estabelecidas. A obra é um mosaico de entrevistas e textos que se entrelaçam, revelando o pensamento do filósofo numa época repleta de convulsões sociais e políticas. Nos anos entre 1975 e 1995, o mundo passava por transformações profundas, e a mente humana refletia essa turbulência. O autor, com suas palavras afiadas como lâminas, nos obriga a confrontar as angústias, as fissuras e os sintomas de uma sociedade que rotineiramente rotula o diferente.
Se você acredita que a razão é a única forma de conduzir a vida, Deleuze promete um choque de realidade. Ele explora a linha tênue entre sanidade e loucura, expondo as estruturas sociais que não apenas observamos, mas que, muitas vezes, criamos. Deleuze requer que você olhe para dentro e questione os próprios preconceitos e as construções que nos cercam. 🚧
Os comentários sobre a obra são tão variados quanto as facetas da loucura que ele analisa. Alguns leitores se sentem extasiados pela profundidade com que o autor aborda temas como subjetividade e psicanálise. Outros, no entanto, consideram sua escrita um labirinto desprovido de saída, onde perdem-se em conceitos densos e complexos. O que é certo, porém, é que ninguém sai ileso dessa leitura. Você poderá rir, chorar ou até mesmo sentir-se ofendido. A beleza da obra está em sua capacidade de evocar emoções extremas e reflexões profundas.
Deleuze fala com ardor sobre as narrativas que construímos na vida cotidiana, revelando como estas podem ser alucinatórias e opressivas. O autor não tem medo de confrontar a realidade do que somos e do que a sociedade espera que sejamos. Aqui, as entrevistas revelam a perspectiva de pensadores contemporâneos, formando um diálogo vibrante entre o próprio Deleuze e suas influências. É uma troca de ideias que transcende o tempo e o espaço, levando o leitor a ambientes que vão do íntimo ao universal.
Em um mundo que busca rotular e categorizar, Dois regimes de loucos oferece uma deliciosa resistência. Com suas reflexões provocativas e ousadas, Deleuze não apenas desafia a nós, leitores, mas também instiga uma revolução mental. E podemos nos perguntar: a loucura é realmente aquilo que todos temem? Ou será que, no fundo, ela é apenas um reflexo da própria vida?
A experiência de ler este livro é como navegar por um mar tempestuoso de ideias que podem desestabilizar o que você sabe sobre si mesmo e o mundo à sua volta. Não é para os fracos de coração. Você está pronto para essa viagem?
📖 Dois regimes de loucos: Textos e Entrevistas (1975-1995)
✍ by Gilles Deleuze
🧾 448 páginas
2015
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