É presidenta, não presidente
A misoginia como elemento discursivo edificante do processo de impeachment contra Dilma Rousseff
Larissa Rosa
RESENHA

É presidenta, não presidente: A misoginia como elemento discursivo edificante do processo de impeachment contra Dilma Rousseff é uma leitura que transborda questões pulsantes que reverberam não apenas no Brasil, mas ecoam nas esferas globais da política contemporânea. Larissa Rosa, em sua obra provocativa e incisiva, mergulha nas armadilhas da retórica machista que permeou o impeachment da primeira mulher a ocupar a presidência do Brasil, provocando uma reflexão profunda sobre o papel da misoginia na construção do discurso político.
Ao abrir as páginas dessa obra, você se depara com um universo é cheio de nuances que desafia o convencional. A forma como a autora desarticula a narrativa que cercou o impeachment é um verdadeiro soco no estômago de quem ainda acredita que o espaço político é neutro. Não é apenas um relato histórico; é um grito de resistência que clama por atenção. O que Larissa faz aqui é mais que expor um evento; ela ilumina como a misoginia se torna, em muitos casos, uma estrutura fortificante ao redor de discursos que visam deslegitimar a presença feminina nas esferas de poder.
A figura de Dilma Rousseff, envolta num manto de polêmicas e críticas, serve como um espelho distorcido da nossa sociedade. A obra é um convite à indignação e à reflexão. Nos comentários de leitores, muitos expressam como a leitura provocou um choque de realidade, fazendo-os repensar preconceitos enraizados. Contudo, como toda obra provocativa, as reações não são unânimes. Há quem critique a autora por, supostamente, exagerar nos traços de misoginia, enquanto outros, à luz dos argumentos bem embasados por Larissa, reconhecem a necessidade de discutir como o discurso político atual ainda é permeado por viéses de gênero.
Entre linhas incisivas e um tom envolvente, Rosa faz você sentir o peso das palavras, quase como se pudesse tocar a textura da indignação que ela traz à tona. As metáforas que ela usa são potentes: a misoginia não é um elemento isolado, mas sim uma correnteza que arrasta tudo à sua volta, corroendo o fundamento da política democrática.
Neste cenário, as alusões às manifestações e aos movimentos sociais que surgiram após o impeachment se tornam inescapáveis. A obra não apenas revela a misoginia como um elemento usado para desestabilizar, mas também convoca o leitor a perceber a mobilização que se deu a partir da dor e da resistência. A luta por representatividade e respeito no espaço político é mais do que uma questão de gênero; é um movimento coletivo que desafia os pilares da cultura patriarcal.
Se você ainda não leu É presidenta, não presidente, sua inércia poderá custar caro. O que Larissa Rosa oferece não é apenas uma análise crítica; é a oportunidade de desafiar seu entendimento sobre política, gênero e poder. É o chamado à ação, um convite desesperado ao reconhecimento da luta feminina. Um texto que, mais que merecedor de ser lido, clama por diálogos, discussões e transformações que não podem ser postergadas.
Ao fechar o livro, as emoções fervilham. Uma imersão que não se limita a informar, mas que transforma. Essa é a autenticidade de Larissa Rosa; ela não só ilumina os cantos sombrios da política, mas também instiga cada um de nós a reivindicar a voz que merece ser ouvida em todos os espaços. A pergunta que fica é: você está preparado para ouvir?
📖 É presidenta, não presidente: A misoginia como elemento discursivo edificante do processo de impeachment contra Dilma Rousseff
✍ by Larissa Rosa
🧾 90 páginas
2018
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