E se eu não existisse?
Mayara Vellardi
RESENHA

E se eu não existisse? é um desafio às convenções. Ao longo de suas escassas 88 páginas, Mayara Vellardi nos propõe uma reflexão profunda, uma imersão em um abismo de questionamentos. O título, por si só, já é um grito que ecoa nas mentes de muitos: a dúvida sobre a própria existência. Uma questão que, de tão íntima, pode assombrar as noites de quem se atreve a escavar sob as camadas de sua própria vida.
Ao lermos a obra, somos levados a um labirinto emocional, repleto de angústias e delícias, onde a autora não hesita em expor suas vulnerabilidades e as incertezas da juventude. Cada página é uma camada a mais no seu intento de desvelar a complexidade do ser, um convite a olhar para dentro e encontrar não apenas respostas, mas também novas perguntas. A prosa fluida e, por vezes, poética, nos captura como uma onda que nos arrasta para um mar revolto de emoções.
Vellardi não se esquiva de temas como a solidão, a busca por pertencimento e a efemeridade da vida. Sua escrita é uma dança entre a fragilidade humana e a força de lutar contra as sombras que nos cercam. Ao discorrer sobre suas experiências, ela não apenas narra, mas nos obriga a enxergar nossas próprias lutas. Através de fragmentos de sua vida, você é convidado a refletir sobre como cada um de nós busca um sentido em meio ao caos.
A recepção da obra tem sido polarizada - alguns leitores se identificam profundamente com a vulnerabilidade da autora e a forma como os dilemas apresentados ressoam em suas experiências pessoais. Outros criticam a simplicidade de certos trechos, como se o poder da mensagem se perdesse em uma busca incessante por lirismo. Mas, como em toda boa arte, a diversidade de interpretações enriquece a discussão. O que é um abismo para uns pode ser uma luz reluzente para outros.
Esta obra ressoa especialmente em tempos de incertezas, no contexto de uma sociedade que parece perder o contato com a essência do que significa viver. Vellardi lança luz sobre questões que muitos preferem enterrar sob a superfície do cotidiano acelerado. A inquietude gerada por sua narrativa desafia o leitor a não se conformar com respostas fáceis, mas a mergulhar na inquietação - afinal, no fundo, quem somos nós se não as perguntas que fazemos?
Diante disso, E se eu não existisse? não é apenas uma leitura; é um convite a confrontar sua própria existência. É um lembrete de que, mesmo quando a dúvida nos invade, é na busca sincera que encontramos um espaço para respirar e ser. Não se trata apenas de uma obra; trata-se de um chamado à ação, uma incitação a não se deixar levar pelas circunstâncias, mas a lutar pelo sentido, pela conexão e, acima de tudo, pela vida.
📖 E se eu não existisse?
✍ by Mayara Vellardi
🧾 88 páginas
2018
#existisse #mayara #vellardi #MayaraVellardi