Encruzilhadas Fotográficas de Marcel Gautherot. Quando o Corpo na Capoeira É Festa e Labuta . 1940-1960
Luís Vitor Castro Júnior
RESENHA

O impacto do corpo em movimento na capoeira reverbera por meio das páginas de Encruzilhadas Fotográficas de Marcel Gautherot. Quando o Corpo na Capoeira É Festa e Labuta. 1940-1960, uma obra que é mais do que uma simples análise fotográfica; é um luminar da cultura afro-brasileira, um grito de resistência e uma celebração da ancestralidade. Luís Vitor Castro Júnior, em uma prosa vibrante e envolvente, mergulha no universo da capoeira, ressaltando sua importância como arte, luta e manifestação cultural.
Na década de 1940, o Brasil se encontrava em um contexto de transformações sociais profundas. A capoeira, muitas vezes vilipendiada e vista como crime, começa a ganhar espaço e reconhecimento, passando a ser um símbolo de luta e identidade para a população. Através de suas imagens e narrativas, Gautherot captura não apenas movimentos corporais, mas o próprio espírito das comunidades que praticam a capoeira. Ele nos transporta para rodas festivas e momentos de intensa labuta, onde cada movimento é um testemunho da resiliência e da beleza que brotam da dor e da luta.
O leitor é envolvido por descrições que vão além da técnica; aqui, o corpo se torna poesia em movimento, uma dança que conta histórias, lendas e a essência do povo brasileiro. O uso da analogia é preciso: a capoeira é um diálogo entre os corpos, uma conversa que ressoa com as batidas do berimbau e a energia contagiante do atabaque. Cada golpe, cada esquiva é uma palavra em uma língua ancestral que, mesmo em silêncio, ecoa até os dias de hoje.
Os comentários e opiniões dos leitores revelam um espectro rico de interpretações. Muitos destacam a capacidade de Castro Júnior de trazer à tona a beleza e a complexidade da capoeira, enquanto outros argumentam que a obra poderia aprofundar-se ainda mais nas nuances sociais da prática. No entanto, é inegável que Encruzilhadas Fotográficas provoca reflexões sobre a identidade cultural brasileira, instigando o leitor a enxergar além do óbvio e a se conectar com suas raízes.
À medida que você lê, sente-se incentivado a dançar junto, a se deixar envolver por essa tradição que é, ao mesmo tempo, luta e festa. É um convite à transformação pessoal, uma jornada que nos instiga a nos questionar sobre nossa própria conexão com as tradições e a cultura que nos moldam.
A relevância da capoeira, em tempos de discussões sobre identidade e pertencimento, faz deste livro uma leitura urgentemente necessária. Encruzilhadas Fotográficas não é apenas sobre o que foi; é um grito por reconhecimento e valorização do que ainda é. Ao final, sua vida também será uma roda de capoeira, onde você poderá se movimentar, refletir e celebrar. É isso que Gautherot, através de seu objetivo, nos oferece: uma nova perspectiva, uma nova dança na encruzilhada de nossas vidas.
📖 Encruzilhadas Fotográficas de Marcel Gautherot. Quando o Corpo na Capoeira É Festa e Labuta . 1940-1960
✍ by Luís Vitor Castro Júnior
🧾 116 páginas
1969
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