Eu não conseguia falar, então eu escrevi
Sabrine Cantele
RESENHA

Eu não conseguia falar, então eu escrevi é uma obra que explode nas páginas como um fogos de artifício, iluminando a complexidade da comunicação humana e a importância da expressão pessoal. Sabrine Cantele nos apresenta um relato contundente que vai muito além das palavras, um convite a mergulhar em um universo de sentimentos e reflexões profundas. Aqui, a escrita não é apenas um refúgio; é um ato de sobrevivência e resistência.
O título não poderia ser mais revelador. O que acontece quando a voz se torna um eco distante, quando a comunicação se restringe a murmúrios ou silêncios? Cantele responde a essa pergunta com a intensidade de alguém que viveu na pele a dor do não-dito. Através de suas experiências, ela nos mostra como a escrita se transforma em um poder libertador, capaz de transfigurar a fragilidade em força. É nesse espaço vibrante que a autora nos faz sentir, pensar e, sobretudo, ressoar com suas emoções, fazendo-nos revisitar nossos próprios dilemas comunicativos.
Os comentários dos leitores revelam a força da obra e a capacidade de Sabrine de tocar o âmago do seu público. Muitos afirmam ter encontrado ali um reflexo de suas próprias batalhas, reconhecendo-se nas palavras que rebatem com suas dores e conquistas. A obra, portanto, é um divisor de águas. Enquanto alguns a acusam de uma certa melancolia excessiva, outros a celebram como necessária e catártica. É uma obra que coloca você em um campo de batalha emocional, e não parece se importar com o resultado - apenas quer que você sinta.
O que torna Eu não conseguia falar, então eu escrevi tão essencial é seu contexto. Publicada durante um período em que a comunicação digital muitas vezes torna a troca de sentimentos mais superficial, o livro se destaca como um manifesto em defesa da profundidade e da autenticidade. Em tempos de máscaras sociais e interações virtuais, Cantele nos obriga a mirar para dentro, a reavaliar como nos expressamos e, frequentemente, como falhamos nessa tarefa.
O estilo de Sabrine é crudo, honesto e sem rodeios. As palavras parecem sair do papel com uma força quase física, cada uma carregada de verdades universais. O sofrimento e a alegria, as dúvidas e as certezas se entrelaçam, formando um tapete ricamente bordado de emoções que ressoam com qualquer um que já sentiu a necessidade de se expressar, mas hesitou. Essa ambivalência nas emoções é um dos grandes trunfos da narrativa, fazendo com que a leitura seja um verdadeiro passeio por um labirinto de sentimentos.
À medida que você avança pelas páginas, a narrativa vai se desdobrando como um origami complexo - cada dobra revela um novo aspecto do ser humano e sua luta interna. A obra ecoa a importância de darmos voz aos nossos medos e anseios, de não deixarmos que o silêncio se transforme em moeda corrente de nossas interações.
Eu não conseguia falar, então eu escrevi é mais do que uma leitura; é um chamado à ação emocional, uma convocação para que você se enfrente, descubra suas próprias cordas vocais e use-as com orgulho. Não se contente em ser mero espectador - permita-se ser parte desse diálogo profundo e transformador. Nestes trechos pulsantes, Sabrine Cantele não oferece apenas um vislumbre de sua alma, mas uma chave para a sua própria.🔑
📖 Eu não conseguia falar, então eu escrevi
✍ by Sabrine Cantele
🧾 118 páginas
2020
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