Eu Não sou Louca sou Hilda
Claudia De Farhat
RESENHA

Eu Não sou Louca sou Hilda é um grito visceral que ressoa nas fibras da sociedade contemporânea. A obra de Claudia De Farhat não é apenas uma narrativa; é um convite à reflexão, uma incitação ao enfrentamento de questões inerentes à condição humana. Hilda, a protagonista, emerge como uma figura poderosa e complexa, desafiando estereótipos e a visão social frequentemente limitada sobre aqueles que convivem com transtornos mentais.
Neste livro, Hilda é muito mais do que a "loura louca" que a sociedade rotula; ela é uma sobrevivente, uma guerreira, alguém que transita pelos labirintos da mente em busca de sua identidade e lugar no mundo. Cada capítulo é uma luta, um ato de reivindicação e autoafirmação que vai muito além do que se vê na superfície. Claudia, com sua prosa lírica e penetrante, faz questão de mostrar o que se esconde por trás da aparência - e isso é um choque que você, leitor, terá que absorver.
Os leitores têm se dividido entre aqueles que encontrarão neste livro uma oportunidade de enxergar a si mesmos e a seus desafios e aqueles que simplesmente não conseguem acompanhar a profundidade das questões propostas. Críticas absurdamente diversas permeiam as opiniões sobre a obra. Alguns exaltam a coragem da autora ao expor a vulnerabilidade da protagonista, enquanto outros, menos sensíveis, consideram a narrativa "demais" ou "exaustiva". Todavia, é inegável que Eu Não sou Louca sou Hilda é uma obra que gera debates acalorados, o que só reforça sua relevância.
O pano de fundo social em que a história de Hilda se desenrola é outra camada do fascínio da narrativa. Num período em que as discussões sobre a saúde mental estão finalmente ganhando espaço na mídia e na vida pública, Claudia faz um favor ao desmantelar tabus e trazer à tona experiências que muitas vezes são silenciadas. As suas palavras cortam como uma faca em nossa realidade, revelando como a sociedade marginaliza aqueles que não encaixam em seus moldes.
A fadiga emocional, a luta por validação e o anseio por aceitação estão sempre na pele de Hilda, e é impossível não sentir sua dor pulsando nas entrelinhas. As reações intensas de quem se vê no espelho de suas palavras são inevitáveis. Eu Não sou Louca sou Hilda é uma obra que não serve para aquecer corações de ferro; é um tamborilar na porta da consciência, uma provocação digna de um estalo de dedos.
E as emoções? Ah, essas vêm à tona como um tsunami! O livro traz risos, lágrimas e, acima de tudo, um convite à empatia. Porque no final das contas, a história de Hilda se torna a de muitos de nós, navegando pelas emoções e armadilhas de um mundo que frequentemente prefere virar a cara para as complexidades da mente humana.
A leitura deste livro não é apenas para desfrutar; é para interagir, sentir e refletir. Ao folhear essas páginas, você se deparará com questionamentos profundos sobre a normalidade, a loucura e a forma como encaramos as fragilidades do próximo. Claudia De Farhat não nos oferece respostas fáceis, mas prepara o terreno para que possamos, quem sabe, encontrar as nossas.
Por tudo isso, Eu Não sou Louca sou Hilda é um chamado urgente para aqueles que preferem viver a vida na superfície, e um abrigo seguro para quem se atreve a mergulhar nas águas mais profundas da condição humana. Prepare-se para ser tocado de formas que você jamais imaginou!
📖 Eu Não sou Louca sou Hilda
✍ by Claudia De Farhat
🧾 155 páginas
2020
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